ALCEU LIMA
Especial para o VERBO ONLINE, em Itapecerica da Serra
A polícia ainda investiga se o advogado Manoel Bomfim do Carmo Neto, ex-secretário de Assuntos Jurídicos de Itapecerica da Serra, foi vítima de execução (crime a mando), na terça-feira (8), apesar de os bandidos não terem levado mais de R$ 5 mil que estavam com a vítima. Câmera de segurança registrou os atiradores à espera de Manoel, em um carro escuro estacionado, às 8h49. Quando o advogado sai de um lava-rápido, eles abrem as portas e atiram.
Manoel morreu, na rua Paraíba, após ser atingido por quatro tiros de pistola calibre .45, uma arma de uso restrito. Um acertou um carro estacionado ao lado. Segundo a Polícia Militar, foram seis disparos no total. O advogado segurava uma maleta, que foi ao chão ao ser baleado. No vídeo, um dos criminosos abaixa e pega a valise às pressas para retornar ao veículo, que está em movimento, em fuga. Pelo menos três homens estavam no automóvel.
Porém, os bandidos deixaram para trás R$ 5,6 mil. A Polícia Civil de Itapecerica busca testemunhas para saber o que o advogado levava na pasta, mas já sabe que continha um celular. Após o crime, um aparelho usado pela vítima indicava que um aplicativo de mensagens (WhatsApp) tinha sido visto pela última vez por volta das 8h10. Depois passou a registrar visualização por último na mesma terça-feira (8), mas já às 22h07, registro que não mudou mais.
“A única coisa que temos certeza é que ele era o alvo, porque o pessoal chegou direto abordando. Na investigação, vamos apurar se foi uma execução e tentaram dissimular furtando a pasta dele, ou se como advogado poderia estar transportando alguns valores, e alguém planejou praticar o roubo”, disse o delegado Luis Roberto Hellmeister, da Delegacia Central de Itapecerica, à TV Globo. Desde janeiro, a vítima se dedicava ao escritório de advocacia.
Manoel chefiou a secretaria jurídica de Itapecerica em 2021, até 20 de dezembro, quando foi exonerado pelo prefeito Francisco Nakano (PL). Ele demonstrou não aceitar algumas determinações de Nakano e fez críticas ao governo ao sair, embora moderado e discreto. As redes sociais da vítima também são analisadas pela polícia. Em janeiro, ele postou: “E não digam que são sintomas da depressão. É cansaço mesmo, é um grito de basta – não tolero mais”.
