ALCEU LIMA
Especial para o VERBO ONLINE, em Embu das Artes
Embu das Artes completa 63 anos, nesta sexta-feira (18). Ainda no ano passado, em 19 de março, como medida contra o agravamento da covid-19 – para fazer a população seguir o isolamento social -, o prefeito Ney Santos (Republicanos) decretou a antecipação de cinco feriados para a semana seguinte, entre eles o aniversário de Embu em 2022, portanto, hoje não é feriado na cidade. Mas Ney não abre neste dia 18 a prefeitura nem escolas e UBSs.
Em um texto publicado no site da prefeitura apenas nesta quinta-feira (17), o governo informa que a sede da administração e postos de saúde nos bairros não abrem hoje. “A Prefeitura de Embu das Artes e seus equipamentos não terão expediente na sexta-feira, 18/2, ponto facultativo. Os polos de vacinação também estarão fechados, assim como as unidades básicas de saúde”, diz. A gestão não citou, mas as escolas municipais também não funcionam.
Muitos moradores não esqueceram a antecipação da data comemorativa da autonomia de Embu e criticaram o governo Ney. “Se o feriado do aniversário da emancipação político-administrativa de Embu deste ano foi antecipado para março do ano passado, por que as escolas municipais estão mandando mensagem para os pais, dizendo que será feriado?”, questionou o morador Fernando Marques Gonçalves em um grupo de rede social sobre o município.
“Porque já perderam a vergonha na cara!”, respondeu a moradora Gabriela Castro ao questionamento. Outros munícipes também manifestaram insatifação com o governo Ney por não abrir as escolas neste dia 18 por conta do “feriado” que não era para vigorar para os equipamentos da prefeitura, conforme o próprio decreto que baixou. “Pois é, né? Talvez acharam que tínhamos esquecido. Tudo para dar a volta na população [enganar]”, disse Aline Mendes.
O morador Luis Ricardo postou um aviso de uma escola municipal – “Senhores pais e responsáveis. Amanhã: dia 18/02/2022. Não haverá aula. Motivo: Feriado da cidade. Aniversário de Embu das Artes”. “[…] Pouca vergonha. Pior ainda que há pessoas que aceitam lamentável”, disse. Nadja Motta disse que “escolas estaduais do município de Embu vão funcionar normalmente”. “Por que as da prefeitura não? ‘Acordaaa’, povo”, reprovou a cidadã.
A morada Luci Muniz relatou transtorno na saúde. Ela disse que há mais de 40 dias só conseguiu que a UBS Centro agendasse coleta de sangue para a mãe e a irmã para 18 de fevereiro, hoje. “Questionei várias vezes a atendente sobre o dia. Ainda não comunicaram o cancelamento. De tanto ouvir sobre o ponto facultativo, liguei lá. E querem reagendar para fim de março. Isso dá nos nervos”, disse a usuária, que apontou “descaso” da unidade básica.
HISTÓRIA
Embu se tornou cidade em 1959, por iniciativa de emancipadores, que criaram a Associação Cívica de Embu – composta por personalidades de diversas áreas da sociedade – e articularam um plebiscito no qual a maioria dos moradores aprovou a independência do município, que fazia parte de Itapecerica da Serra. A primeira eleição municipal ocorreu em 4 de outubro de 1959. Annis Neme Bassith – que é vivo -, foi eleito prefeito e Carlos Koch, vice.
Com origem em povoado fundado pelos padres jesuítas em 18 de julho de 1554, Embu é uma estância turística (desde 1979) com estimados 279 mil habitantes (IBGE). Tem como maior atração a Feira de Artes e Artesanato, declarada Patrimônio Cultural Imaterial do Estado de São Paulo, que recebe a cada fim de semana milhares de visitantes do Brasil e do exterior. Em 2011, com novo plebiscito, a cidade passou a se chamar Embu das Artes.