ADILSON OLIVEIRA
Especial para o VERBO ONLINE, em Taboão da Serra
A CEI (Comissão Especial de Inquérito) ou CPI da Câmara de Taboão da Serra – criada sob alegação de apurar fraudes na aplicação de recursos para combate à covid-19 em 2020, durante o governo Fernando Fernandes (PSDB) – acabou no fim de dezembro, no dia 21, sem pedir o indiciamento de nenhuma autoridade pública. Apesar do discurso do presidente André Egydio (Podemos) de que não terminaria em “pizza”, a comissão foi um “fiasco”.
Na última oitiva, a mais aguardada, na reta final dos trabalhos, em 1º de dezembro, por conta de quatro dos cinco vereadores da CEI terem passado os sete meses de “apuração” em tentar “criminalizar” a desinfecção de ruas, a comissão questionou o responsável direto pela ação, Daniel Bogalho. Apenas Egydio interpelou o ex-secretário de Manutenção, várias vezes, com perguntas girando em torno do mesmo assunto, em “cerco” ao depoente.
Daniel “desmontou” Egydio ao afirmar que a iniciativa foi tão acertada que naquele momento, quando se tinha muito mais conhecimento sobre a pandemia, o governo Aprígio fazia a lavagem de ruas. Anderson Nóbrega (MDB), que era o mais “indignado” contra a medida, calou por medo de ser desmoralizado ao também ter atuado na desinfecção. Mas no relatório atacou Daniel ao indicar que foi beneficiado como candidato a prefeito da “máquina”.
Com o tom “inquisidor” contra o agente político que teria como alvo, Daniel – possível candidato a prefeito em 2024 -, a CEI controlada pela “tropa de choque” do prefeito Aprígio (Podemos) mostrou a que veio ao ouvir André Ribas, em 17 de novembro. Apesar de ter sido adjunto de Manutenção, ter atuado ao lado de Daniel na desinfecção de ruas, Ribas foi tratado pelos vereadores “a pão-de-ló”, com “benevolência”, em depoimento inclusive relâmpago.
A despedida foi emblemática da “generosidade seletiva”. “Estou à disposição para qualquer esclarecimento, e em tempo peço desculpas pelo atraso”, disse Ribas, diretor de escola nomeado por Aprígio, ao final. “Magina. Servidor exemplar, com certeza o Aprígio acerta em chamá-lo a fazer parte do governo”, disse Egydio. O VERBO questionou um membro sobre a falta de isenção da CEI. “Mas essa resposta foi do André”, disse o vereador, constrangido.
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