ADILSON OLIVEIRA
Especial para o VERBO ONLINE, em Taboão da Serra
O prefeito Aprígio (Podemos) disse aos funcionários públicos de Taboão da Serra na quarta-feira (24) durante manifestação em frente à prefeitura que “estamos do lado de vocês” por duas vezes, sobre reivindicarem reajuste salarial, vale-transporte, melhoria do vale-refeição e compensação da perda do abono de férias. No entanto, em discurso contraditório, ele mandou a categoria se virar e ir atrás do responsável pela extinção do 14º salário.
Em mostra de força diante do governo acuado, cerca de 700 funcionários fizeram a paralisação e protestaram em cobrança das promessas eleitorais de Aprígio. Com os servidores impedidos de entrar na prefeitura e atrás de grades, após mandar fechar o portão, o prefeito, no pátio, fez um pronunciamento, mas foi interrompido logo no início. “Estamos aqui para dizer que estamos do lado de vocês”, disse, para ser contestado prontamente.
Confrontado, alvo de vaias e chamado de “mentiroso”, Aprígio se irritou. “Vocês querem ouvir ou não? Então deixo vocês falarem”, disse, para entregar o microfone, cruzar os braços e dar as costas aos servidores, que ficaram indignados. “Cumpre as promessas! Cumpre as promessas!”, gritaram os funcionários em única voz. Pressionado ainda com o coro “tira os nomeados! tira os nomeados!”, ele chegou a repetir: “Eu estou, sim, do lado de vocês”.
Porém, no meio do discurso, Aprígio se traiu e indicou aos servidores para não contar com ele, sobre a extinção do 14º salário, por ordem judicial. “A injustiça contra vocês foi feita lá no Tribunal de Justiça, não aqui. Por que vocês não se organizam com mais algumas cidades e buscam o direito de vocês? Nem vou dizer onde teriam que ir, junto com mais outras cidades, para pressionar quem tirou o direito de vocês”, disse. Ele não quis compensar a perda.
Mesmo tendo prometido na campanha promover a valorização salarial do funcionalismo, Aprígio, ao lançar a ideia “inusitada”, poderia ter dito “vou com vocês reclamar o direito ao 14º no Judiciário”, mas nem isso. “Aprígio falou que estaria do nosso lado e continua com a fala, mas na prática eu não vejo nada. E ele sabe que para nós irmos à Justiça é muito mais complicado. Ele é incongruente”, disse um membro da comissão dos servidores ao VERBO.
Com a postura de Aprígio de não apresentar nenhum compromisso concreto sobre a pauta de reivindicações, apenas “desculpas”, o funcionalismo está em “estado de greve”, à espera de manifestação por escrito do governo e de chamado da Câmara para a discussão para pagamento dos direitos da categoria no orçamento de 2022. “Caso não haja resposta positiva, os servidores farão nova paralisação no dia 3 de dezembro”, afirmou outro membro.
VEJA APRÍGIO DIZER QUE ‘ESTAMOS COM VOCÊS’, MAS SUGERE AOS SERVIDORES IREM ATÉ O TJ COBRAR 14º
