Após deixar Usina sem, Aprígio compra gás a R$ 168 e é acusado de superfaturar

Especial para o VERBO ONLINE

Usina sem gás e com garrafas encostadas por falta de café; Aprígio com Junior, que contratou compra de gás com suspeita de sobrepreço | AO/Verbo/Divulgação

ADILSON OLIVEIRA
Especial para o VERBO ONLINE, em Taboão da Serra

Após deixar setores da prefeitura com os botijões vazios, no mês passado, o governo Aprígio (Podemos) realizou às pressas a contratação de empresa para fornecimento de gás de cozinha (13 kg) em uma licitação inadequada ou suspeita, com possível sobrepreço. O secretário de Administração, Wagner Eckstein Junior, genro de Aprígio, que assina o contrato – a rigor, executou a compra. Moradores reprovam a aquisição ao acusar superfaturamento.

No início de outubro, a Usina, “coração” da prefeitura, que concentra os serviços de conservação e armazenamento de insumos da administração – sede da Secretaria de Manutenção -, ficou sem gás. No dia 7, o VERBO visitou o local. “Tem oito botijões vazios”, disse um funcionário. Outros produtos também estavam em falta. “Deixaram acabar ainda açúcar e café”, falou outro servidor, que “culpou” o secretário da pasta, Eduardo Nóbrega.

A reportagem ouviu também no dia que o governo “vai fazer a licitação”. A gestão Aprígio realizou pregão eletrônico para registro de preços para a “aquisição de gás liquefeito de petróleo (botijão de 13 e 45 kg) com entrega ponto a ponto’. Contratou a AMA Comércio Serviço Instalações de Gás Ltda. para fornecimento de botijão de 13 kg pelo valor de R$ 168,33 por unidade, por 12 meses, a contar da data de assinatura – de Junior -, em 18 de outubro,

Nas redes sociais, a população apontou preço do botijão de 13 kg adquirido pela prefeitura acima do de mercado, ao indicar custo em torno de R$ 100. “‘Tá’ pagando mais que eu que compro um por mês”, disse uma moradora. Outro munícipe divulgou um informativo que diz ser “um absurdo os valores nas compras do botijão de 13 kg, R$ 168,33, e de botijão de 45 kg, R$ 495,00, sendo que os preços praticados no comércio local é [sic] 65% inferior”.

Um ex-servidor comissionado que trabalhou no governo passado disse que o preço só do gás está “muito caro”, mas ponderou que o produto com o botijão “está dentro do valor” e “vale o escrito, botijão completo, com cota”. No entanto, cada setor da prefeitura já tem botijão – seria até “patrimoniado”. No caso, só teria que trocar o vasilhame pelo cheio, ou seja, contratar só o fornecimento do gás. “Sim, tendo em cada local, a cota é desnecessária”, falou.

O VERBO pediu esclarecimento sobre a compra de gás, mas a Secretaria de Comunicação não respondeu. Indagado sobre ter deixado faltar gás, café e açúcar na Usina, Nóbrega também calou. “Estava sem gás e não tinha água para os funcionários beber até ontem”, criticou um servidor. Botijões cheios foram vistos na prefeitura – Aprígio chegou a reclamar de grande quantidade no local após vazamento de gás em uma padaria na cidade.

VEJA EXTRATO DE CONTRATO PARA COMPRA DE GÁS DE 13 KG E 45 KG ASSINADO POR GENRO DE APRÍGIO

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