Na CPI, Anderson ataca limpeza de ruas ‘de Daniel’, mas não viu ‘política’ ao fazer

Especial para o VERBO ONLINE

Em conflito na CPI, Anderson diverge de Érica ao atacar desinfecção de ruas, que era realizada pelo rival Daniel, mas realizou sem achar ação política | Divulgação

ADILSON OLIVEIRA
Especial para o VERBO ONLINE, em Taboão da Serra

A CEI (Comissão Especial de Inquérito) ou CPI da Câmara de Taboão da Serra, criada sob alegação de apurar irregularidades no uso das verbas para o combate à covid-19, ouve nesta quarta-feira (17) o ex-secretário de Manutenção Daniel Bogalho, o ex-adjunto André Ribas e o ex-secretário de Administração Takashi Suguino. Os integrantes têm criticado a desinfecção das ruas na pandemia em 2020, ação que era realizada por Daniel.

O vereador Anderson Nóbrega (MDB), irmão do candidato a prefeito derrotado em 2020 Eduardo Nóbrega – preterido à sucessão pelo ex-prefeito Fernando Fernandes, que escolheu Daniel – tem batido na tecla contra a higienização das vias públicas. Na segunda sessão da CPI, em 19 de maio, ele questionou o depoente já com ataque à ação ao dizer se a verba foi empregada “naquele carro que ficava lavando as ruas, claramente num ato político”.

O controlador da prefeitura, Walter Hasegawa, disse não saber “precisar” se parte dos R$ 28 milhões “foi gasto na ação, mas em tese, como era de livre movimentação, poderia”. Anderson expôs inconformismo. “Se o prefeito quisesse ‘vou realizar ali para fazer um ato político’, poderia que não teria nada [de irregular]. A lei brasileira facilita muito e acaba tendo esse desencontro com que é realmente necessário para ajudar o cidadão e as famílias”, falou.

Na sessão no dia 2 de junho, questionado pela CPI, o médico Bráulio Araújo, diretor da SPDM – empresa que gerencia os pronto-socorros municipais e administrou o hospital de campanha contra a covid-19 em 2020 -, disse que “limpar as ruas e ambientes foi utilizado em grandes cidades, inclusive na China”, e a população aprovava, mas quando se descobriu que a ação “tinha menor impacto” no combate ao vírus “foram adotadas outras estratégias”.

“Mas cientificamente funcionava?”, interrompeu Anderson. Bráulio disse que “toda higiene ajuda, mas o que ajuda verdadeiramente é lavar as mãos, manter o distanciamento e usar máscara”. Ele ponderou ainda que, “no início da pandemia os cientistas entendiam que era imporante”. “Fazer um serviço irrelavante não é gastar de maneira equivocada?”, insistiu o vereador. “As decisões tomadas foram para fazer o melhor possível”, falou o médico.

Em socorro ao colega, o presidente da CPI, André Egydio (Podemos), também opositor do ex-prefeito, classificou a ação de “inócua” e de “atitude política”. A CPI entrou em conflito. Érica Franquini (PSDB), que era da base da gestão Fernando, defendeu a medida. “Como lavar as mãos, lavas as ruas naquele momento seria uma atitude certa, não foi desnecessário, todo mundo foi pego de surpresa, ninguém sabia o que era certo e eficiente ou não”, disse.

“No momento que se descobriu que não era eficiente, foi parado o serviço. […] Para a população, o serviço foi bem feito, principalmente na prevenção, com entrega de máscaras”, completou Érica. Anderson voltou à carga. “Não estamos discutindo política, mas gasto do dinheiro público. Esse é o grande problema dos políticos, são as ações políticas”, disse. Com outra depoente, médica, ele bateu-boca e falou que ação foi meramente político-eleitoreira.

Ironicamente, Anderson participou da ação, com Eduardo, já prefeiturável, no reduto eleitoral dos Nóbrega. Em 26 de abril de 2020, ele postou: “Hoje acompanhei o meu irmão e presidente da Comissão da Saúde, Dr. Eudardo Nóbrega, na luta contra o coronavírus no Parque Pinheiros. Depois de casos confirmados nos condomínios Serra Verde e Vale dos Pinheiros, o governo da cidade iniciou nesse local a desinfecção e auxílio ao combate à covid-19”.

Com Daniel já escolhido como futuro candidato de Fernando à sucessão, Anderson evitou mencionar o nome do então prefeito ao citar “governo da cidade”. “Como eu sempre digo, esse é um momento de união, momento de trabalhar por nossa cidade e vencer essa luta. Força, foco, fé e muito trabalho”, finalizou, com foto ao lado de Eduardo e diante de caminhão e funcionários da prefeitura. Em nenhum instante ele disse que a ação era política.

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