ADILSON OLIVEIRA
Especial para o VERBO ONLINE, em Taboão da Serra
A secretária-adjunta de Saúde do prefeito Aprígio (Podemos) alegou que a secretaria não excluiu o Conselho Municipal da Saúde da elaboração do Plano Plurianual 2021-2024, inclusive com ataque ao VERBO, mas não sustentou a posição e apagou o comentário, em sinal de “farsa”. Thamires May se manifestou após este portal publicar no dia 16 de setembro que o governo deixou o órgão de fora do PPA, em afronta a lei federal.
O governo afirma que elaborou o “ciclo orçamentário” a partir de fevereiro com 18 “oficinas de trabalho” que reuniram 191 servidores de “todas as secretarias” e os participantes fizeram “levantamento das necessidades do município e elegeram as prioridades de investimentos”. Diz ainda que fez uma consulta pública em quatro pontos da cidade e no site da prefeitura, com a participação de 484 munícipes de 69 bairros – somente durante 12 dias.
Contudo, o Executivo não possibitou ao órgão apresentar demandas com base nas sugestões e reclamações dos usuários e discutir as propostas do governo. “A área da saúde tem que passar pelo conselho. Não passou. Isso é irregular. A lei 141 fala sobre a obrigatoriedade de passar. Passar, não! Tem que ser analisado, discutido pelo conselho. Em Taboão é diferente”, criticou na ocasião o presidente Ledivan Lopes, então afastado do posto.
Lopes apontou que a exclusão do conselho é reflexo da perseguição política que vem sofrendo do governo Aprígio, encabeçada pelo secretário de Saúde. “Esse é um dos motivos para o José Alberto [Tarifa] querer o meu afastamento, eu tenho vários questionamentos sobre as propostas deles. Eles não têm propostas contundentes [efetivas] para o [atendimento do] idoso, a melhoria das UBSs. Não apresentaram nada para nós”, declarou.
Após a reportagem ser divulgada em rede social deste potal, a adjunta foi na postagem e quis desmentir Lopes, ao dizer que o órgão tinha sido consultado sobre o PPA. “Nossa que estranho, pois eu estava junto com os membros do conselho, inclusive com denunciante! Mais reportagens falsas e sem fundamento”, escreveu Thamires nos comentários, com a publicação de uma foto em que aparece ao lado do então presidente do conselho.
No entanto, Thamires não sustentou a palavra e apagou o comentário com a foto. Porém, o VERBO já tinha feito “print”. Segundo Lopes, a adjunta recuou por ter mentido, o evento da imagem não foi para para discutir o PPA com o conselho, que estava representado apenas por ele e mais dois membros. “Eles fizeram uma apresentação que não era oficial, no Cemur. Convidaram [mais] duas pessoas do conselho para participar”, lembra.
“Eu falei: ‘Por que duas?’ – isso está registrado em ata. Porém, o principal é passar pelo conselho, pelo colegiado, não é por dois membros. O [gestor] Fausto [Martino] falou que não tinha nada a ver com o PPA, e estavam lá eu, o senhor Josué e o Jonny nesse dia. Nós três não representamos o conselho, o colegiado ‘é’ 16. Por que agora está dizendo que passou pelo conselho? Mentira! Falo isso com propriedade”, afirma Lopes, ao refutar a adjunta.
Posteriormente, segundo Lopes, a secretaria apresentou o PPA ao conselho, mas já elaborado. “Depois, vieram fazer a apresentação oficial quando disseram que já era o Plano Plurianual, no Seduc [auditório da Educação]. Nós nos levantamos e saímos, porque não tínhamos como aprovar nada nas condições que estavam apresentando. Isso foi discutido entre eles [membros do governo]! Apresentado entre eles! Não para o Conselho!”, declara.
“Trabalhador do governo não é representante do povo. O povo é representado em suas UBSs [pelos conselheiros das unidades]. Quantas propostas saíram das UBSs? Quantas são do Conselho? Nâo apresentamos nenhuma. Na foto, isso [o evento] não é oficial. E nem pode ser, só tinha trabalhador e governo [representados]. Que representação é essa? É muito fácil apresentar uma foto minha e dizer que o conselho sabia”, refuta Lopes.
Lopes espera que a ilegalidade seja sanada pelo Judiciário. “[A secretaria] Apresente a ata. Não adianta forjar, tem que estar assinada por mim. Ela [Thamires] tem que provar quando foi que [o PPA] passou pelo conselho. É só questioná-la. Não eu, já joguei o caso para a Justiça. Se eu for absolvido [sobre destituição] – porque não cometi crime nenhum -, espero que a Justiça derrube tudo o que estão fazendo, inclusive o PPA”, afirma.
THAMIRES ATACA REPORTAGEM COM DENÚNCIA DE LOPES SOBRE PPA, MAS APAGOU COMENTÁRIO E FOTO
