ALCEU LIMA
Especial para o VERBO ONLINE, em Taboão Serra
Na reunião de Aprígio (Podemos) com moradores do loteamento do Parque Laguna, no dia 14 de julho, o hoje secretário de Segurança, Rodrigo Falcão, chamou a área de “invasão” e se referiu às famílias como “favela” ao chegar a apelar por “reforço” ao dizer que o prefeito corria risco, em grupo de troca de mensagens com membros das forças de segurança. Para as lideranças, ele desrespeitou os moradores, já que a conversa foi pacífica.
Centenas de moradores se reuniram para ouvir Aprígio, que já tinha declarado ser contra erguer moradias na área – segundo uma liderança, cerca de 600 famílias ou mais de 2 mil pessoas fazem parte do loteamento. Conforme o VERBO apurou, Falcão, amedrontado, escreveu: “Precisamos de apoio aqui na invasão no laguna. Estamos cercados. A favela desceu toda. Vai virar a favela com o prefeito aqui”. Um integrante do grupo respondeu: “Vixi”.
Ao falar “vai virar a favela com o prefeito aqui”, Falcão quis dizer que “os moradores iriam para cima com o prefeito no local, para o confronto”, segundo um agente de segurança pública de Taboão consultado por este portal. Acompanhado de guardas municipais, Falcão portava um fuzil e fazia a escolta de Aprígio, apesar de na ocasião não ser secretário oficialmente – ele só assumiu o cargo em 2 de agosto, após obter licença do governo do Estado.
Membros do loteamento rechaçaram a fala de Falcão, reservada, durante a reunião. “Fomos tratados como bandidos. Ali não tinha e nem tem bandidos, e sim famílias do bem que estão lutando pelo seu direito que foi adquirido com muito sacrifício. O terreno não é invasão, e todos sabem o que o prefeito quer ali”, disse uma moradora. Segundo ela, Aprígio tem interesse no local pela área ser vizinha à de propriedade de uma das filhas.
“Nós compramos os terrenos com contratos de compra e venda, que ainda estamos pagando. Aqui não é favela, é um loteamento onde estamos lutando sempre por melhoria. Mas o senhor Aprígio, em vez de ajudar, só faz atrapalhar, em plena pandemia com tantos desempregados e tantas pessoas passando necessidade. A ‘favela’ vai vencer”, disse um residente. No último dia 22, no terreno, Falcão reprimiu moradores, denunciam lideranças.
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