ALCEU LIMA
Especial para o VERBO ONLINE, em Taboão da Serra
O governo Aprígio (Podemos) não agenda regularmente simples consultas nas UBSs de Taboão da Serra (com clínico, ginecologista e pediatra) já há três semanas e impõe sofrimento à população, sobretudo a mais pobre, que mais precisa da atenção básica. A prefeitura diz que está “sem sistema” sob a alegação de foi alvo de ataque de hacker em 27 de agosto. Mas pacientes já desconfiam de “incompetência” ou gestão deficiente – falta de médicos.
Apesar da gravidade – pacientes podem parar no pronto-socorro por infarto ou AVC por falta de acompanhamento na UBS -, na primeira semana da nova crise na saúde (após colapso na UPA), o governo – ocupado com marketing “inútil” como lembrar efemérides – não prestou esclarecimento sobre o caso e medidas para normalizar o serviço. “Alguma notícia sobre o ‘sequestro’ da internet do sistema de Taboão?”, questionou o professor Flávio Balduino.
Há duas semanas, o VERBO noticiou que as UBSs continuavam sem marcar consultas em constatação feita após ligar para quatro unidades em diferentes pontos da cidade. “Desde sexta-feira [dia 27] está sem sistema para nada, para marcar consultas, exames. Está todo esse tempo sem internet, parece que hackearam o sistema da prefeitura”, disse uma funcionária da UBS Panorama, já impaciente, após provavelmente ouvir muita reclamação.
Na UBS Suiná, os pacientes davam de cara não com um, mas com dois cartazes dizendo “Devido a falta de sistema ‘não’ [em letra maiúsculo e grifo] estamos agendando consultas”. Um dos avisos estava afastado da entrada, em estímulo para o usuário nem ir até a porta e dar meia-volta, em gestão equivocada – em uma (rara) UBS, profissionais acolhiam casos delicados e anotavam o nome dos pacientes para ligar na volta do atendimento.
Após cinco dias sem expediente, devido ao emendado feriado da Independência, o governo Aprígio emitiu no dia 9, finalmente, um informe: “Após um trabalho árduo, a Secretaria de Administração […] conseguiu recuperar todos os sistemas que foram criptografados, o que está permitindo a retomada gradativa dos atendimentos aos cidadãos”. Mais de uma semana depois, a retórica da pasta de Wagner Eckstein Junior (genro de Aprígio) virou uma balela.
Nesta sexta-feira (17), o ex-vereador Moreira denunciou a não marcação de consultas nas UBSs à TV Globo. “Estão alegando hackeamento. Mas já faz muito tempo, já deveriam ter solucionado. E continuam dando a mesma justificativa. Eu acho que é uma questão de gestão, está tendo falta de médicos”, disse. Ele postou que “estamos vivendo um grande caos na saúde, e o povo está pagando uma conta cara e está sendo muito mal atendido”.
Apesar do quadro crítico, nesta sexta (17), a secretária-adjunta Thamires May (Saúde) ficou na rede social para atacar o VERBO. Ela disse que “ele poderia fazer uma reportagem sobre a demissão dele”, sobre o repórter Adilson Oliveira – que recorre na Justiça contra a perseguição política. Antes, ela escreveu “mais reportagens falsas e sem fundamento”, sobre a gestão ter excluído o Conselho da Saúde do PPA. Mas, sem brio, ela apagou o comentário.
APESAR DO ‘APAGÃO’ NA SAÚDE, ADJUNTA FICA EM REDE SOCIAL NO EXPEDIENTE PARA ATACAR A IMPRENSA