Após reportagem, Ney repassa verba para creches e funcionários recebem com 5 dias de atraso

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Ney, que repassou recursos financeiros a crecges conveniadas com cinco dias de atraso e penalizou funcionários, que só receberam na terça-feira (14) | AO/Verbo

ALCEU LIMA
Especial para o VERBO ONLINE, em Embu das Artes

O prefeito Ney Santos (Republicanos) repassou, “enfim”, os recursos financeiros para as creches conveniadas poderem atender as crianças com qualidade e pagar os profissionais, na terça-feira (14), com cinco dias de atraso. O pagamento ocorreu um dia depois de o VERBO noticiar o desespero de funcionários das entidades sem receber o salário por conta do “descaso” do governo municipal, que atrasa frequentemente a destinação da verba.

“Todo mês é essa situação. No contrato com a conveniada, [o pagamento] é todo quinto dia útil. Mas eles vão pagar dia 20, dia 25. Na hora de pagar uma conta, tenho que pagar juros. Liguei lá [contabilidade da prefeitura], que disse que ainda não tem data prevista. Eles nunca têm uma data correta. A gente reclama com um, reclama com outro, e ninguém resolve nada. Por favor, nos ajude, está desesperador”, clamou uma funcionária à reportagem, no dia 9.

Uma moradora procurou este portal para confirmar o caos na educação. “As conveniadas estão com dois meses de atraso [de repasse]. Ligamos na prefeitura, eles informam não ter data. Tem funcionários com aluguel atrasado, nem dinheiro para comprar fraldas para os filhos têm”, falou. A notória má gestão financeira do governo Ney faz até as creches perderem pessoal para atender as crianças. “Eu era funcionária. Saí por conta disso”, declarou.

Na sexta-feira (10), o governo chegou a dizer a funcionários que “o dinheiro estava na conta, mas não tinha data do repasse”. Contudo, a denúncia surtiu efeito. “Pagaram sim, graças a Deus. Caiu no dia 14. Obrigada”, disse uma profissional à reportagem. Por causa dos atrasos constantes, porém, ela se desligou da entidade. Indagada sobre a expectativa em relação ao repasse no mês que vem, ela contou: “Então, eu pedi as contas, saí da escolinha”.

Os funcionários trabalham sob clima de terror ao conviverem com salário “que nunca cai” no quinto dia útil sem poder reclamar abertamente dos atrasos de repasse. “Não vou mentir, está todo mundo com medo. Eu ainda posso falar algo, porque saí, mas as demais têm medo pelo fato de ser creche conveniada, elas têm medo que fechem [o governo Ney]. Bem sabemos que, infelizmente, quem não tem nada a ver com a situação paga”, disse.

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