Aprígio cita PPA participativo, mas exclui Conselho de Saúde, denuncia presidente

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Aprígio ao anunciar que protocolou na Câmara o PPA 2022-25, dia 31; governo deixou o Conselho de Saúde de fora da elaboração do plano, denuncia Lopes | PMTS

ADILSON OLIVEIRA
Especial para o VERBO ONLINE, em Taboão da Serra

O prefeito Aprígio (Podemos) protocolou na Câmara Municipal no último dia 31 o projeto de lei do Plano Plurianual 2022-2025, que fixa as diretrizes, ações e metas da administração para os próximos quatro anos. O governo diz que elaborou o plano de forma participativa, com sugestões da população e servidores. No entanto, o Conselho Municipal de Saúde foi excluído do processo, em afronta a lei federal, denuncia o presidente Ledivan Lopes.

O governo afirma que elaborou o “ciclo orçamentário” a partir de fevereiro com 18 “oficinas de trabalho” que reuniram 191 servidores de “todas as secretarias” e os participantes fizeram “levantamento das necessidades do município e elegeram as prioridades de investimentos”. Diz ainda que fez uma consulta pública em quatro pontos da cidade e no site da prefeitura, com a participação de 484 munícipes de 69 bairros – somente durante 12 dias.

Contudo, o Executivo deixou o Conselho de Saúde de fora da elaboração do PPA, não possibitou ao órgão apresentar demandas com base nas sugestões e reclamações dos usuários e discutir as propostas do governo. “A área da saúde tem que passar pelo conselho. Não passou. Isso é irregular. A lei 141 fala sobre a obrigatoriedade de passar. Passar, não! Tem que ser analisado, discutido pelo conselho. Em Taboão é diferente”, critica Lopes.

Ele salienta a importância do PPA para demonstrar a gravidade de o conselho ter sido excluído. “É a decisão para os próximos quatro anos de um governo. Então se você deixar passar, vão ser quatro anos somente com aquilo que eles [governo] colocaram, você [cidadão] não pode questionar nada – não está no PPA! Do PPA que sai para a LDO e para a LOA [lei de diretrizes e lei do orçamento anual]. Mas não sabemos o que eles colocaram lá”, acusa.

No dia 26 de agosto, Lopes ouviu que o governo já tinha finalizado o PPA, sem que a Secretaria Municipal de Saúde discutisse o plano com o órgão. “Fiquei sabendo que já está fechado, e não passou pelo conselho. Se vier só para aprovarmos, não vamos aprovar, porque temos propostas para colocar lá, temos discussões para fazer das propostas, diretrizes, ações [do governo], o que se vai fazer no primeiro ano, no segundo ano”, falou na ocasião.

Lopes contesta o argumento do governo Aprígio de que “a população foi ouvida”, que elaborou o plano “de forma participativa”. “Mentira. Eu falo com propriedade. Quem é o representante da sociedade, da participação social no município na área da saúde? Não é o conselho? Cadê, por que não está [contemplado]. Está na lei sobre o PPA e as competências do conselho. Não é secretário, não é prefeito que vai impedir a fiscalização do conselho”, denuncia.

Lopes aponta que a exclusão do conselho é reflexo da perseguição política que vem sofrendo do governo Aprígio, encabeçada pelo secretário José Alberto Tarifa (Saúde). “Esse é um dos motivos para o José Alberto querer o meu afastamento, eu tenho vários questionamentos sobre as propostas deles. Eles não têm propostas contundentes [efetivas] para o [atendimento do] idoso, para a melhoria das UBSs. Não apresentaram nada para nós”, declara.

OUTRO LADO
O VERBO questionou o Executivo. “O governo Aprígio não […] possibilitou que o órgão [conselho] apresentasse demandas colhidas junto aos moradores usuários da saúde e discutisse propostas apresentadas pela gestão, em flagrante desrespeito à lei federal 141/2012, denuncia o presidente”, disse. A Secretaria de Comunicação preferiu o silêncio. O secretário Antonio Nascimento (Fazenda), que conduziu a elaboração do PPA, também não respondeu.

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