Gestão Aprígio não se prepara para vacinar mais jovens e demora além de 4 horas

Especial para o VERBO ONLINE

Vacinação anti-covid nas UBS Salete e Suiná (alto) e quadra do Marabá, com demora de até 4h; com poucos vacinadores, gestão Aprígio não se 'preparou' | Verbo

ADILSON OLIVEIRA
Especial para o VERBO ONLINE, em Taboão da Serra

Mesmo depois de experiências – “teimosias” – malsucedidas, como não atender a população nas unidades básicas de saúde e aglomerar o público em apenas um local, o governo Aprígio (Podemos) demonstrou ao longo desta semana que não se preparou para vacinar os mais jovens contra a covid-19, ao pôr poucos profissionais para imunizar faixas etárias mais numerosas, como no Parque Marabá. Moradores não pouparam críticas à gestão.

Nesta semana, o governo vacinou moradores de Taboão da Serra de 22 a 18 anos, de forma escalonada e decrescente – e pessoas mais velhas não vacinadas. Na terça-feira (10), no dia da vacinação dos com idade de 21, a UBS Salete tinha espera de cerca de 60 moradores na fila e mais 20 sentados após fazer um cadastro. A jovem Raíne Vieira chegou à UBS para se vacinar às 6h40 e só saiu praticamente duas horas depois, às 8h35, insatisfeita.

“É muito demorado, sem falar que é bem burocrático. Tinha que ser mais rápido. Eles pedem o comprovante de residência, CPF, RG, cartão do SUS. Dificultam o máximo possível”, disse Raíne, 26, moradora do Jardim Saint Moritz, vacinada com a primeira dose da Coronavac. Durante a presença da reportagem, apenas uma enfermeira fazia a vacinação. Nesta sexta-feira, era quase 19h, a UBS ainda tinha pessoas na fila esperando para ser vacinadas.

Também nesta sexta-feira, dia de vacinação dos “18+”, a UBS Suiná tinha cerca de 100 pessoas na fila para tomar a primeira dose – com desconforto extra, sob muito frio e garoa intermitente. Dois profissionais vacinavam, mas um ficou a maior parte do tempo à disposição dos que foram receber a segunda dose, que tinham uma fila em separado. Jovens ouvidos pela reportagem chegaram às 8h50 e só saíram vacinados às 12h40, quatro horas depois.

“A moça [atendente] falou: só tem uma pessoa vacinando”, disse um rapaz. A mulher que acompanhava o jovem ao longo da fila avaliou que a prefeitura não se “preparou” diante de grupos mais numerosos ao apontar poucos profissionais. “Quanto mais vai baixando a idade, mais gente tem. Eles tinham que estar preparados”, disse. Indagada pela reportagem se não estavam, ela criticou: “Não, tinha que ter mais gente para atender, não só uma”.

O cúmulo da falta de “bom senso” da gestão Aprígio ocorreu no Marabá, também nesta sexta. Com a abrangência populacional da UBS Marabá/Oliveiras grande, a vacinação ocorreu na quadra da Emef Ayrton Senna, mas com fila de cerca de 200 pessoas, ao redor do espaço e dentro, ao ter apenas uma enfermeira – em revezamento – para aplicar a dose. Nas redes sociais, desde o início da manhã, moradores que aguardavam na fila protestaram.

O VERBO chegou ao local às 13h e constatou o “desrespeito”, o que mais ouviu. Uma mãe que aguardava os filhos para se vacinar relatou o descaso. “Cheguei às 10 horas e eles ainda estão ali dentro [da quadra]”, disse. Indagada sobre a situação, ela disse: “Ruim, né? Péssimo! Só tem uma enfermeira ali atendendo”. E desde as 10h, comentou. “Sim, senhor. Tem cinco aqui na mesa fazendo o cadastro. Devia ter pelo menos três enfermeiras”, reclamou.

A mãe comentou que a vacinação dos filhos ainda não ia acontecer tão já. “Que nada, a senha deles ainda é [em torno de] 37. Está na 19. Deve demorar pelo menos mais meia hora. Vou ficar quatro horas aqui”, queixou-se. Apesar de aborrecida, ela ainda se mostrou otimista sobre a espera, já que a expectativa não se confirmou – durante os mais de 30 minutos que a reportagem permaneceu no local, a moradora continuou aguardando.

Eliete Brito, 59, foi receber a segunda dose após ter de esperar devido à vacina contra gripe e não chegou a esperar quatro horas – teria tido prioridade. Mas ela riu sobre desde quando aguardava. “Faz tempo: 11 horas. É muito tempo, fila muito grande. Só tinha uma [enfermeira] para vacinar e revezava. É errado. E outra coisa: as meninas que fazem cadastro não estão dando conta, a enfermeira fica parada várias vezes, esperando paciente”, reprovou.

OUÇA AS MORADORAS RAÍNE E ELIETE SOBRE DEMORA NA VACINAÇÃO ANTI-COVID EM TABOÃO DA SERRA

comentários

>