ALCEU LIMA
Especial para o VERBO ONLINE
A Polícia Civil da Bahia apreendeu na noite desta quinta-feira (17) R$ 670 mil, um avião, uma pistola calibre 380, uma carabina calibre 22 e mais de 250 munições em uma fazenda no povoado de Encruzilhada, no município de Vitória da Conquista (329 km ao sul de Salvador). Durante a ação policial, o prefeito Ney Santos (Republicanos) estava na propriedade. O imóvel está registrado no nome de um irmão de Ney, ainda segundo os investigadores.
Os policiais chegaram até a fazenda, na zona rural da cidade, após denúncias de que a propriedade era usada para transportar materiais ilegais e movimentar valores de origem suspeita. Uma aeronave modelo KingAir foi apreendida no terreno do imóvel – uma pista de decolagem foi construída no local. Na delegacia, Ney negou ser dono do imóvel e do dinheiro, mas disse que o numerário encontrado é decorrente do comércio de gado.
No entanto, Ney não apresentou documentos que comprovam a origem do dinheiro. O irmão do prefeito não estava na fazenda. A polícia segue apurando a proveniência das cédulas – os agentes investigam se o valor faz parte de corrupção ou de alguma outra atividade ilícita. O gerente do imóvel estava com as armas apreendidas e foi preso em flagrante por posse ilegal, mas foi liberado após imediato pagamento de fiança no valor de R$ 27 mil.
Agentes das coordenadorias de polícia de Conquista e Itapetinga (10ª e 21ª Coorpin), da Delegacia de Tóxicos e Entorpecentes de Conquista e do Departamento de Repressão e Combate ao Crime Organizado participaram da operação, batizada de “Narco Divisa”. A polícia baiana diz que “o prefeito, que já foi condenado pela Justiça de São Paulo por disparo de arma de fogo em via pública, também é investigado por envolvimento com tráfico de drogas”.
No dia 31 de maio, Ney anunciou que estava internado para tratar trombose no estômago. Mas no dia 3 de junho já teve alta. Ney foi cassado por uso da prefeitura para promoção pessoal. O recurso segue parado no TRE-SP. Ele ainda é réu por porte de arma raspada, que atribui ao condutor. “Em Cosmópolis [SP], a culpa era do motorista. Na Bahia, do irmão. Ele é muito azarado, sempre no lugar errado com pessoas erradas”, ironizou um morador.