RÔMULO FERREIRA
Reportagem do VERBO ONLINE, em Taboão da Serra
Em novo panorama da tragédia da pandemia sob o governo Aprígio (Podemos), Taboão da Serra registrou mais dez mortes por covid-19 em 48 horas e soma 751 vítimas no total. A cidade caminha a passos largos para atingir 800 vidas perdidas neste mês. A UPA Akira Tada chegou a seis dias sem ter baixas, algo raro desde que entrou em colapso, em 5 de março, mas teve mais duas mortes de pacientes nos últimos dois dias, em retrato da crise.
Taboão registrou duas mortes por covid-19 na segunda-feira (14) e nada menos que oito nesta terça (15). Após ter em maio o segundo mês mais letal durante a pandemia inteira, desde março do ano passado, a cidade já notifica em junho, em 15 dias, 37 óbitos. Nos nove meses de incidência do coronavírus em 2020, no governo Fernando Fernandes (PSDB), Taboão registrou 356 mortes. Sob Aprígio, em cinco meses, já notifica 11% a mais – 395.
As dez novas vítimas de covid-19 entre moradores de Taboão (sexo, idade, comorbidades e local de óbito) são:
– 742ª – homem, 69 anos, sem comorbidades – Hospital Santa Cecília (óbito em 9/5);
– 743ª – mulher, 50 anos, diabetes e obesidade – Hospital do Campo Limpo (óbito em 9/6);
– 744ª – homem, 36 anos, obesidade – Hospital Salvalus (óbito em 19/5);
– 745ª – homem, 58 anos, sem comorbidades – Hospital das Clínicas (óbito em 24/5);
– 746ª – homem, 37 anos, diabetes e doença renal crônica – Hospital Municipal de Brasilândia (óbito em 29/5);
– 747ª – homem, 70 anos, diabetes e hipertensão – Hospital Regional de Cotia (óbito em 29/5);
– 748ª – homem, 65 anos, hipertensão – Hospital do Campo Limpo (óbito em 30/5);
– 749ª – homem, 78 anos, hipertensão e doença cardiovascular crônica – Hospital Regional de Cotia (óbito em 30/5);
– 750ª – homem, 64 anos, sem comorbidades – Hospital das Clínicas (óbito em 28/5);
– 751ª – mulher, 68 anos, sem comorbidades – Hospital das Clínicas (óbito em 27/5).
De 750 vítimas (a 340ª não teve perfil relatado), Taboão relata a morte por covid-19 de 431 homens e 319 mulheres – 60 a 69 anos (224), 70 a 79 (175), 50 a 59 (120), 80 ou mais (102), 40 a 49 (77), 30 a 39 (35), 20 a 29 (nove), 0 a 9 (seis) e 10 a 19 (duas). A cidade tem taxa de mortalidade pela doença de 255,74 mortes por 100 mil habitantes, a mais alta da região (oito cidades do Conisud) – o segundo maior índice local é de “apenas” 225,54 óbitos, de Cotia.
O alto registro fatal neste ano se deve aos óbitos quase diários na UPA. Desde 5 de março, 113 pessoas morreram na unidade sem atendimento de UTI. A gestão Aprígio considera 63, por contar apenas as vítimas às quais pediu vaga ao Estado. Em 10 de março, porém, Aprígio pôs a “picuinha” política com o ex-prefeito Fernando Fernandes (PSDB) à frente e não cobrou UTIs para Taboão. Na pandemia em 2020, a UPA teve 44 óbitos, 61% a menos.
As últimas duas vítimas na UPA são um homem de 45 anos que estava na enfermaria e morreu após ter parada cardiorrespiratória, na segunda (14), e uma mulher de 61 que chegou em estado grave e morreu nesta terça (15). Até ontem à noite, a UPA estava com 33 internados, 27 na enfermaria e seis na emergência (dois intubados). Seis pacientes receberam alta. Um foi transferido para hospital com UTI. Mas seis ainda aguardavam transferência.