Aprígio pinta base de preto, ignora azul-marinho da GCM e descumpre lei federal

Especial para o VERBO ONLINE

Base da GCM instalada no centro, predominante preta, em vez do azul-marinho, conforme lei; 'destoa', disse GCM ao comparar com farda | Divulgação/PMTS

ADILSON OLIVEIRA
Especial para o VERBO ONLINE, em Taboão da Serra

O prefeito Aprígio (Podemos) inaugurou na quinta-feira (10) a base de segurança tipo carreta no largo de Taboão, mas pintada na cor preta, em vez do azul-marinho, em desacordo com uma lei federal. Após ser retirado do Parque Marabá em janeiro para reforma, o veículo adaptado como posto da Guarda Civil Municipal foi recuperado na própria praça, durante mais de 20 dias, o que ocupou uma viatura para fazer “segurança” do equipamento à noite.

A lei 13.022, de 8 de agosto de 2014 (governo Dilma Rousseff), diz que “as guardas municipais utilizarão uniforme e equipamentos padronizados, preferencialmente, na cor azul-marinho” (art. 21). A carreta (de cerca de 15 metros de comprimento por 3 de largura) tem a parte externa praticamente em preto – apenas listras são vermelha e branca. Ironicamente, a lataria traz a imagem de quatro GCMs (três homens) de farda-símbolo da GCM, em azul-marinho.

Uma liderança ligada à GCM de Taboão contatou o VERBO para chamar a atenção para o descumprimento da lei. “Aqui se utiliza o azul”, disse. Após este portal publicar sobre a entrega da carreta, uma leitora deixou um comentário na reportagem. “Parece caixão de defuntos pintado na cor preta. As cores da GCM são azul marinho e branca. Preto é da Polícia Civil. É a lei. Vai ter que pintar na cor certa. A Promotoria vai investigar”, escreveu, incisiva.

Ainda durante a inauguração, este portal tentou perguntar ao prefeito sobre a cor usada na base, mas o secretário Arnoldo Landiva (Comunicação) impediu a continuidade da entrevista. Indagado sobre a questão, o secretário de Segurança, Vinícius Gonçalves, disse para procurar a comandante da GCM, Eliana Ribeiro. “Ela pode responder com maestria”, disse. Procurada, Eliana falou: “Pois não”. Após o repórter se identificar, porém, ela não quis falar.

O governo Aprígio diz que a base foi reformada com doações de empresários. A carreta teria sido recuperada por intermédio do delegado Rodrigo Falcão. Falcão foi escolhido por Aprígio para ser o secretário de Segurança, mas não teve licença do Estado e não foi oficializado. Porém, ele que seria de fato o secretário. “Rodrigo Falcão continua mandando lá”, disseram GCMs. Ele é acusado de assédio moral contra uma GCM de Taboão, revelou este portal.

A liderança disse: “Coisas do Rodrigo, secretário. Cor da Polícia Civil. Ele tem até motorista na prefeitura”. O VERBO foi falar com Falcão. “Eu não falo com o senhor”, disse. O repórter insistiu. “Eu disse que não falo com o senhor!”, repetiu, ríspido. Este portal falou com dois GCMs sobre a cor. Eles citaram a lei. “Destoa, né?”, disse um GCM. Sobre quem teria tido a ideia do preto: “Está vendo ali [escrito na carreta]: Centro de Inteligência?”, disse, aos risos.

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