ADILSON OLIVEIRA
Especial para o VERBO ONLINE, em Taboão da Serra
O governo Aprígio (Podemos) retirou os profissionais de saúde especializados no atendimento às pessoas “especiais” assistidas no Centro Municipal de Habilitação e Reabilitação Amor Perfeito, no Jardim Ouro Preto. Enfermeiras, fisioterapeutas, psicólogas e fonoaudiólogas que trabalhavam na escola já tiveram transferência na semana passada. A unidade atende crianças e adolescentes de 3 a 18 anos com deficiências moderadas e graves.
A informação foi divulgada pelo blog “Bar & Lanches Taboão”, do jornalista David da Silva, neste domingo (6). Os profissionais retirados das crianças com deficiência são três fonoaudiólogas, duas psicólogas, dois fisioterapeutas, duas enfermeiras e uma técnica em enfermagem, que atuavam também no Centro de Referência de Educação Inclusiva (Crei), no Jardim Bontempo, inaugurado em 2019 pelo então prefeito Fernando Fernandes (PSDB).
De acordo com profissionais ouvidos pelo blog, as crianças e adolescentes que necessitam de atendimento especializado ficarão desassistidos com a decisão imposta pelo governo municipal. “Estávamos atendendo em home office, fazendo encaminhamento a todos os professores da rede e alunos quando necessário. O Crei dá suporte para os deficientes da rede municipal [de ensino]. Eles não terão mais esse apoio”, lamenta um servidor.
A secretária Dirce Takano (Educação) que determinou a medida, de forma insólita, segundo relato feito ao blog . “A secretária da Educação disse que nossa atuação agora [durante a pandemia] não justifica nossa permanência. Fomos despedidos por whatsapp”, protesta a fonte, ao se referir ao fato de que todos os profissionais da saúde que atendiam crianças com deficiência foram desligados da escola por meio de mensagem pelo celular.
“A justificativa [da Secretaria da Educação] é que a Secretaria da Saúde solicitou nossa transferência. Só que na quinta-feira, 3 de maio, fomos à Secretaria da Saúde e o secretário José Alberto Tarifa nos disse que não solicitou ninguém”, acrescentou a fonte. Algumas das transferências dos servidores foram assinadas no RH da prefeitura na sexta-feira (4). Nesta segunda-feira (7), ainda segundo o blog, eles conhecerão os novos locais de trabalho.
Profissionais retirados do Amor Perfeito e do Crei demonstram insatisfação com a decisão. “Passamos uma semana difícil. Foram muitos anos trabalhando no mesmo local. Procuramos o vice-prefeito para contar o ocorrido. Posso te dizer que o Buscarini não sabia nada disso”, disse um servidor. Segundo funcionárias da escola, até a semana passada, os pais ainda não tinham sido avisados da remoção do pessoal da saúde que atendia seus filhos.
Uma funcionária disse que o Amor Perfeito viraria centro de autismo. O vice-prefeito Buscarini, que criou a escola em 1988, quando prefeito, não confirma. No sábado, ao blog, ele disse apenas que “como não houve transferência de informações do governo passado, estamos realizando um projeto de cadastramento do público com deficiência para implantação de novas demandas”. Indagado duas vezes se o local vai virar referência para autismo, ele calou.