ALCEU LIMA
Especial para o VERBO ONLINE, em Embu das Artes
Embu das Artes registra 375 mortes por covid-19 e 8.554 casos desde o surgimento da doença, nesta terça-feira (25), 18 óbitos e 177 diagnósticos positivos a mais em uma semana – no dia 18, contava 357 vítimas e 8.377 confirmações. A cidade já acumula o registro de 50 mortes em maio, mais do que o notificado em cada um dos nove meses da pandemia inteira em 2020, e se aproxima do mês mais letal na cidade, abril passado – 53 óbitos.
Os dados são da Secretaria Estadual da Saúde. O governo Ney Santos (Republicanos) não tem transparência sobre a covid-19, não emite boletim diário nem o perfil de óbitos e número de internações. Divulga como informe mais recente o de sexta-feira (21), com 373 mortes e 8.473 casos. Na prática, Ney informa duas mortes e 81 casos a menos que o real. A gestão esconde o quadro para evitar questionamentos sobre o atendimento na pandemia.
O Hospital Leito do Vazame e a UPA Santo Eduardo, que atendem pacientes de covid-19, são gerenciados pela AMG. Alvo da Polícia Federal em busca de documentos sobre a gestora, no mês passado, o governo mereceu reprovação sobre transparência. “No caso do contrato de mais de R$ 70 milhões, embora a Controladoria Geral da União tenha requisitado informações, houve recusa da prefeitura de Embu”, disse o delegado Marcelo de Carvalho.
Embu também segue entre os últimos no ranking de vacinação contra a covid-19. Face às oito cidades da região, é a segunda que menos vacionou em relação à população, à frente apenas de Vargem Grande Paulista. Quanto aos seis municípios do eixo da rodovia Régis Bittencourt, é o derradeiro. Entre 645 municípios paulistas, Embu é o 607º colocado, com vacinação de apenas 15,6% dos moradores – 43.209 com a primeira dose e 20.434 com a segunda.
Embu é “lanterna” na região, principalmente, por estratégia errada. Em vez de vacinar nas 16 UBSs da cidade, nos bairros dos moradores, Ney optou por postos volantes, poucos, quatro, a partir de 26 de abril – antes eram menos ainda. Mesmo em prejuízo da população, ele preferiu os “polos” para explorar politicamente a vacinação – já que não conseguiria fazer “marketing” na porta das UBSs. Ney já disse que é candidato a deputado federal em 2022.
BOLETIM DA COVID DESATUALIZADO QUATRO DIAS, DIVULGADO PELA GESTÃO NEY, SEM TRANSPARÊNCIA