ADILSON OLIVEIRA
Especial para o VERBO ONLINE, em São Paulo
O governador João Doria (PSDB) anunciou nesta quarta-feira (26) a prorrogação da “fase de transição” do plano contra a covid-19 para todo o Estado de São Paulo até 14 de junho, com as mesmas regras atuais – funcionamento das atividades econômicas até 21 horas e reduzida ocupação dos estabelecimentos. O governo previa flexibilizar as medidas de isolamento social a partir de 1º de junho, mas recuou após nova alta da incidência do coronavírus.
Com a nova prorrogação da “fase de transição” – iniciada em 18 de abril -, estabelecimentos comerciais, shoppings, galerias, serviços como restaurantes, salões de beleza, barbearias, academias, clubes e espaços culturais como cinemas, teatros e museus podem funcionar das 6h às 21h. Para evitar aglomerações, a ocupação máxima nos locais liberados continua limitada em 40% – a flexibilização permitiria abertura até as 22h e ocupação de 60%.
As celebrações individuais e coletivas em igrejas, templos e espaços religiosos permanecem liberadas, desde que seguidos rigorosamente os protocolos de higiene e distanciamento social. O toque de recolher continua nas 645 cidades do Estado, das 21h às 5h, como a recomendação de teletrabalho para atividades administrativas não essenciais e escalonamento de horários para entrada e saída de trabalhadores do comércio, serviços e indústrias.
Nesta quarta-feira (26), a taxa de ocupação de UTIs por pacientes graves com covid-19 está em 80,6% no Estado e em 77,6% na Grande São Paulo. O total de internados em UTIs é de 10.545 em todo o Estado, com outros 12.554 pacientes em vagas de enfermaria. Além da alta das internações, a presença de variante indiana do coronavírus pesou na avaliação de que o adiamento do relaxamento das restrições sanitárias é a medida mais prudente.
“Avaliamos que não seria ainda o momento de poder avançar como havia sido pensado na semana anterior. Hoje temos a extensão desta fase para continuarmos caminhando dessa forma. Houve um aumento na incidência de casos. Semana passada estávamos com 370 casos por 100 mil pessoas a cada 14 dias. Hoje, temos 418 casos por 100 mil, aumento de 10%”, avaliou o coordenador do Centro de Contingência do Coronavírus, Paulo Menezes.
“Os indicadores da pandemia recomendam cautela neste momento, e é cautela que nós estamos adotando”, afirmou Doria. O número de internações passou de 72 para 77 por 100 mil. O aumento, menor em relação ao de casos, foi visto como sinal de que a vacinação está tendo impacto positivo. “Isso também já é bastante sugestivo do processo de vacinação dos mais vulneráveis, que reduz a probabilidade de haver casos graves”, disse Menezes.
O governo também anunciou a previsão da vacinação contra a covid-19 de pessoas entre 45 e 54 anos (sem comorbidades) a partir de 2 de agosto – o calendário vacinal estabelecia que entre 2 e 16 de agosto seriam vacinados os cidadãos de 50 a 54 anos e entre 17 e 31 de agosto, os de 45 a 49 anos. A gestão Doria disse, porém, que a programação depende do cumprimento do cronograma do Ministério da Saúde para vacinação dos grupos.