Taboão relata 11 mortes de covid em 24h; em 14 dias, óbitos saltam de 12 para 43

Especial para o VERBO ONLINE

UPA Akira Tada, onde 69 pacientes morreram sem UTI; Taboão soma 566; gráfico mostra que cidade avança para quebrar novo recorde de vítimas por mês | Verbo

ADILSON OLIVEIRA
Especial para o VERBO ONLINE, em Taboão da Serra

Em mais uma evidência de descontrole da pandemia sob o governo Aprígio (Podemos), Taboão da Serra registrou nesta terça-feira (20) 11 mortes por covid-19 em 24 horas, o maior número desde o início da pandemia – o mais alto registro de um dia para o outro tinha sido de oito óbitos, em junho de 2020. Na segunda (19), a cidade também relatou 11 vítimas, mas não é possível cravar se foi em 24 horas, já que a gestão omite boletim aos fins de semana.

Com as novas baixas, Taboão passou a somar 566 mortes pela covid-19 no total, 210 (37%) apenas neste ano, em três meses e 20 dias, sob a nova gestão. Durante a pandemia inteira em 2020 (nove meses), registrou 356 óbitos, 1,31 por dia. Neste ano, já contabiliza quase dois óbitos por dia (1,9). Somente nos últimos 47 dias, desde 5 de março, 69 pacientes morreram na UPA Akira Tada sem atendimento de UTI, mais de três mortes a cada dois dias.

Se não bastassem tantas marcas dolorosas, Taboão avança para quebrar novo recorde de registro de vítimas fatais e ter um mês ainda mais mortal que março passado, quando notificou 83 mortes. Com as 11 novas vidas perdidas, o município já registra 80 óbitos em abril, que já é o segundo mês mais letal durante a pandemia inteira – antes era junho, com 77 baixas. Com dez dias ainda pela frente, Taboão deve ultrapassar em abril os 83 óbitos registrados.

As 11 novas vítimas registradas entre moradores de Taboão (sexo, idade, comorbidades, local de óbito) são:
– 556ª – mulher, 64 anos, cardiopatia e obesidade – Hospital Beneficência Portuguesa (óbito em 3/4);
– 557ª – mulher, 62 anos, asma e doença renal crônica – Hospital Albert Einstein (óbito em 12/4);
– 558ª – homem, 42 anos, sem comorbidades – Hospital Next Butantã (óbito em 29/3);
– 559ª – mulher, 61 anos, asma – Hospital das Clínicas (óbito em 2/3);
– 560ª – mulher, 63 anos, diabetes, obesidade e deoença cardiovascular – Hospital das Clínicas (óbito em 24/3);
– 561ª – mulher, 76 anos, sem comorbidades – Hospital Geral do Pirajuçara (óbito em 10/4);
– 562ª – homem, 56 anos, sem comorbidades – Hospital Geral do Pirajuçara (óbito em 13/4);
– 563ª – mulher, 71 anos, sem comorbidades – UPA Akita Tada (óbito em 13/4);
– 564ª – mulher, 49 anos, sem comorbidades – Hospital São Francisco (óbito em 26/3);
– 565ª – homem, 53 anos, hipertensão arterial sistêmica – Hospital Emílio Ribas (óbito em 7/4);
– 566ª – homem, 73 anos, hipertensão arterial sistêmica – Hospital Municipal Vereador José Storopoli (Vila Maria) (óbito em 3/4).

De 565 vítimas (a 340ª não teve perfil relatado), Taboão conta a morte por covid-19 de 318 homens e 247 mulheres – 60 a 69 anos (167), 70 a 79 (146), 80 ou mais (84), 50 a 59 (85), 40 a 49 (49), 30 a 39 (19), 20 a 29 (sete), 0 a 9 (seis) e 10 a 19 (duas). O município registra 192,74 óbitos pelo coronavírus por 100 mil habitantes, a mais alta taxa de mortalidade da região (oito cidades) – a segunda maior é de 184,93, de Cotia. Os casos chegam a 13.532.

Taboão registra 30,28 casos por dia dos últimos sete dias, 18% a mais do que a média de 14 dias atrás, de 25,71. E 6,14 mortes por dia (43 no total), 259% a mais em relação à média há duas semanas, de 1,71 (12). Os casos estão em alta. Os óbitos dispararam, com seis por dia, marca nunca atingida antes na pandemia. Nesta terça-feira, a UPA tem 39 pacientes internados, 31 em leitos de enfermaria e oito na emergência (dois intubados), e não teve morte.

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