ADILSON OLIVEIRA
Especial para o VERBO ONLINE, em Taboão da Serra
O morador de Taboão da Serra de 65 anos que ficou intubado na UPA Akira Tada durante cinco dias, a partir do dia 28, sem atendimento de terapia intensiva não resistiu à covid-19 e morreu nesta quarta-feira (7). Após muita luta da família, que recorreu à imprensa para cobrar assistência médica necessária ao idoso, Jair Antônio de Souza foi transferido na quinta (1º) ao Hospital Regional Sul, em São Paulo, mas já chegou com quadro muito comprometido.
Na terça-feira (6), ao reprovar um site ao falar que a UPA tinha UTI, a sobrinha falou com o VERBO sobre o estado de Jair. “Teve parada cardíaca. Ele chegou muito mal no hospital. Trocaram os medicamentos, está totalmente ligado nos aparelhos, de última geração, mas infelizmente não está reagindo”, disse Daniela Lino. Para ela, se o tio tivesse deixado a UPA antes teria mais chance. “Essa demora para conseguir UTI está matando pessoas”, afirmou.
Nesta quinta-feira (8), a filha Regiane de Souza, que fez “plantão” em frente à UPA e até foi à Secretaria de Saúde de Taboão – que estava fechada – até conseguir a transferência do pai, estava inconsolável, com sentimento de revolta. “O fogo é você ter que ouvir o médico falar que ele chegou no Regional Sul já em estado gravíssimo, que não tinha o que fazer, porque ele já foi com o quadro muito comprometido. Isso é que dói”, disse à reportagem.
De 5 de março até ontem (7), 52 pacientes morreram na UPA, 37 à espera de UTI – 15 nem entraram na fila por chegarem grave e falecerem em horas, diz a gestão. Após a morte de 11 pacientes na UPA em um fim de semana, no dia 10 de março o prefeito Aprígio (Podemos) teve oportunidade de cobrar do Estado leitos de UTI para Taboão, mas não quis participar de reunião ao se deparar com o inimigo político ex-prefeito Fernando Fernandes (PSDB).
CORREÇÃO – Jair Antônio de Souza ficou intubado na UPA Akira Tada por cinco dias, de 28 de março a 1º de abril – informação já corrigida na reportagem.