ALCEU LIMA
Especial para o VERBO ONLINE, em Embu-Guaçu
Embu-Guaçu faz aniversário neste domingo (28) – 56 anos – não com festa, muito pelo contrário, sob restrição contra a covid-19 radical. Diferente dos demais municípios da região, que optaram por recesso de dez dias com a “tímida” antecipação de cinco feriados, em razão do agravamento da doença e do quadro de colapso do sistema de saúde, a cidade adotou o “lockdown” que começou na sexta-feira (26) e dura até o próximo domingo, de Páscoa (4).
O prefeito José Antônio (MDB) baixou decreto que fala da medida expressamente, ao avisar que “fica determinado o CONFINAMENTO (LOCKDOWN) no âmbito do Município de Embu-Guaçu, no período de 26/03/2021 a 04/04/2021, restando PROIBIDA a circulação de pessoas, excetuando-se os deslocamentos essenciais, devidamente justificados pelo caráter de URGÊNCIA ou EMERGÊNCIA às atividades, aos comércios e serviços ESSENCIAIS”, em letras grandes.
O prefeito listou como comércios e serviços essenciais os de saúde, segurança pública, funerários, bancários, de venda de gás, oficinas, hotelaria, locadoras de carros e de alimentação – mais de 20 exceções. As padarias, supermercados, açougues podem funcionar, mas com restrições. O consumo interno está proibido nos estabelecimentos que vendem comida e bebida. Nos restaurantes, a retirada de refeições também está vedada.
No primeiro dia de “lockdown”, as padarias ainda puderam entregar o pãozinho no balcão, mas neste domingo, Sexta-feira Santa (2), sábado (3) e Páscoa (4) a venda interna está proibida. Os serviços de entrega estão liberados. A circulação de ônibus está restrita a dois intervalos, das 6h às 9h e 17h às 20h. A fiscalização será feita por equipes da Vigilância Sanitária e pela Guarda Municipal. Quem descumprir as regras pode ser multado em R$ 27 mil.
O “lockdown” foi decretado após o número de casos de covid-19 quase dobrar e o de mortes aumentar em mais de 50% na cidade. Até o ano passado, Embu-Guaçu tinha 2.032 casos e 69 óbitos. Na sexta (26), data do último boletim municipal, registrou 3.770 infectados (85% a mais) e 110 vítimas (elevação de 59%). Vinte e oito moradores estavam hospitalizados. Sem hospital, a cidade não tem leitos de UTI e tem como referência o Hospital Geral de Itapecerica.
O prefeito avalia que o “lockdown” é necessário. “Mesmo sabendo [que são] duras essas medidas, nós fomos obrigados a tomá-las. Queremos que as pessoas, a população de Embu-Guaçu se conscientize e fique em casa”, disse José Antônio à TV Globo. Em uma postagem da prefeitura pelo aniversário de 56 anos da cidade, uma moradora comentou: “Tão linda. Mas ao mesmo tempo tão sofrida. Parabéns, minha querida Embu-Guaçu”.