ALCEU LIMA
Especial para o VERBO ONLINE, em Embu das Artes
O prefeito e candidato à reeleição Ney Santos (Republicanos) fez deboche e riu sobre a morte do guarda municipal e ex-secretário Denis Viana ao ser questionado pelo VERBO sobre o segurança de Denis portar uma arma da Guarda Civil Municipal de Embu das Artes durante a briga em bar que acabou em tragédia sem nunca ter integrado a GCM. Ney não apenas já foi agressivo com outros aliados, como já tinha desrespeitado Denis de forma violenta.
Denis e o segurança Rodrigo Barros Rodrigues estavam em um bar no Jardim Flórida, às 3h30 da madrugada, quando se envolveram em uma briga com três policiais militares. Um PM foi baleado na perna e o dono do bar, no pé e na bacia. Rodrigo foi baleado na cabeça, mas sobreviveu. Ele depôs não ter porte de arma e que atirou primeiro, gerou o tiroteio com os PMs, e depois disparou “em direção a outros indivíduos armados”. Ele foi preso.
O segurança de Denis foi condenado a cumprir prisão em regime aberto por porte de arma ilegal em 8 de junho deste ano, em São Paulo. Portanto, além de não ter porte, Rodrigo não poderia estar com arma nenhuma em lugar nenhum, muito menos da GCM, por nunca ter sido um guarda de Embu. Gestor maior da corporação, Ney foi indagado pela reportagem por que o segurança estava com a pistola da GCM. Ele partiu para desrespeito à vítima.
“Vai lá no cemitério, amigo. Bate na cova dele e pergunta pra ele”, disse Ney, ao se referir a Denis – o diálogo foi na sexta (23), Rodrigo tinha sido solto há apenas um dia. Após mandar figurinha com teor homofóbico (“tu quer um marido eu sei”), ele enviou um áudio: “Que Denis, mano? Que Denis estava fazendo com a arma… Falei: ‘Vai lá no cemitério e pergunta pra ele [rindo]”. Ele tirou sarro ao falar com outra pessoa e acabou enviando para este portal.
Ao notar a trapalhada, Ney se apressou em apagar o áudio, mas este portal já tinha copiado – despistou: “Apagou? Que pena!”. No ano passado, ele já tinha sido bastante desrespeitoso com Denis ao disparar um xingamento repugnante, em demonstração da relação conflituosa com o GCM e de falsidade por parte de Ney. Com a morte de Denis, Ney chegou a soltar nota de que “é com profunda tristeza que comunico o falecimento do grande amigo”.
Em julho de 2019, após obras de artistas da cidade serem vandalizadas na praça central, Ney culpou Denis, então secretário de Segurança, ao conversar, por áudio, com o na época secretário de Cultura, Julio Campanha, que teria reclamado da pasta de Denis. “Ô, meu secretário, você está coberto de razão. Eu vou jogar essa responsabilidade em cima desse filho de uma puta desse Denis. Quero saber o que eles vão me responder agora, tá?”, disse.
“Você está coberto de razão, e eu vou cobrar o posicionamento deles, […] a Guarda Municipal vai ter que dar um jeito de estar mais presente na praça, o problema é [sic] esses moradores de rua. Tenho certeza que foram eles. Ninguém quebraria qualquer tipo de obra de arte, uma escultura como essa daí se tivesse em sã consciência. Então, com certeza, é [sic] esses ‘noia’ desses moradores de rua. Mas vamos tomar providências”, falou Ney a Julio.
No linguajar em que é versado, Ney “comeu o toco” de Denis, em confissão da ineficiência da própria gestão – mas culpou a corporação: “Ô Denis, que porra do caramba que essa porra dessa Guarda está fazendo, velho? Que nem conseguir fazer segurança de uma obra de arte está conseguindo fazer? Olha o que tenho de ouvir dos artistas por culpa da incompetência do pessoal da Guarda. Brincadeira uma situação como essa, as coisas têm limite, velho”.
OUÇA NEY DEBOCHAR E RIR SOBRE MORTE DE DENIS VIANA E XINGAR O ENTÃO SECRETÁRIO DE SEGURANÇA
