‘Homicida’, Renato, ‘pupilo’ de Ney, lança pré-candidatura a vereador em Embu

Especial para o VERBO ONLINE

Binho recebe atendimento médico com tornozelo quebrado após ser derrubado em rodovia por Renato e comparsa; anúncio de pré-candidatura | Divulgação

RÔMULO FERREIRA
Reportagem do VERBO ONLINE, em Embu das Artes

Denunciado pelo Ministério Público por tentativa de homicídio triplamente qualificado e mandado a júri popular por praticar ataque, com comparsa, contra um repórter na rodovia Régis Bittencourt em 2017, o ex-subsecretário e assessor do prefeito Ney Santos (Republicanos) Renato Oliveira (MDB) lança a pré-candidatura a vereador na tarde deste sábado (18) ao lado do parque Francisco Rizzo, em estacionamento particular. Ele anunciou que Ney estará.

Após 13 meses e meio como subsecretário de Comunicação, até ser exonerado por ter sido indiciado como autor do atentado, ao lado do segurança particular Lenon Roque, contra Gabriel Binho, Renato assumiu a pasta em janeiro de 2019, mas deixou logo depois, em abril. Ele saiu, oficialmente, para criar uma ação assistencialista na cidade, mas o objetivo era se candidatar a vereador, com apoio total de Ney, como o VERBO vem noticiando.

Na gestão Ney, Renato teve uma atuação marcada por insultos, desmandos e “fake news”. Logo no início, ele ficava nas redes sociais para hostilizar moradores. Em março de 2017, diante do questionamento de munícipe de como poderia ser evangélico se era agressivo, Renato respondeu: “Petralha chata da porra”. No mês seguinte, ele atacou o “Taboão em Foco” após o site revelar a realização de rodeio no parque Rizzo sem compensação à prefeitura.

Em dezembro de 2017, Renato fez o ataque mais ardiloso – até então. Diante do protesto da filha do dono de uma pizzaria de que “não vai ter taxa de lixo e aumento abusivo do IPTU”, Renato escreveu: “Espero que você esteja 100% em dia com os compromissos de cidadã, inclusive as licenças de uma pizzaria aí. Vocês falam. Ney faz. Forte Abraço”. Menos de doze horas depois do “aviso”, a Vigilância Sanitária, com GCMs, baixou na pizzaria e a notificou.

Também em dezembro, ao se servir de novo do cargo para retaliação, Renato publicou um vídeo nas redes sociais em que afirmava que Geraldo Cruz (então PT), adversário do governo, devia IPTU na cidade, inclusive com citação de supostos valores devidos. Moradores ficaram aflitos com a ação de Renato de obter “informações privilegiadas” e temeram também ser vítimas. A Justiça mandou Renato excluir a postagem sob pena de multa de R$ 5 mil/dia.

Em maio de 2018, na greve dos caminhoneiros, quando Ney e aliados “furaram” a fila em posto de combustíveis, Renato chegou a tirar “sarro” de motoristas à espera de serem atendidos. A mando de Renato, Lenon agarrou pelo braço uma fotógrafa de um site que registrava a “carteirada”. Em dezembro, quando ia a uma inauguração, Renato foi parado pela PM por não portar CNH – suspensa por excesso de multas. Ele só foi liberado após chegada de Ney.

Renato “passou dos limites”, porém, na madrugada de 28 de dezembro de 2017, quando, com Lenon, derrubou Binho, do VERBO, da moto na Régis. Ele só confessou após descoberto, após pressão da imprensa e um guarda municipal que quis incriminar auxiliar nas investigações. Criou falsos “álibis”, mas foi denunciado pelo MP. Apesar do processo em curso, foi promovido a secretário, mas optou pela ação assistencialista para tentar ser vereador.

Neste ano, mesmo na pandemia da covid-19 sob a condescendência de Ney em permitir aglomerações, Renato intensificou a entrega de alimentos – até iogurtes prestes a vencer – a centenas de moradores. Não com recursos próprios, disse fonte ligada ao governo a este portal. “As duas toneladas [de alimentos] que o Renato distribuiu era para a assistência social [da prefeitura], Ney mandou para a ONG dele para fazer política [candidatura]”, afirmou.

A investida pelo “pupilo” não foi por acaso. “Ney reuniu alguns funcionários e disse que Renato precisa ganhar a eleição e ser presidente da Câmara. Todos os secretários têm que atender o Renato como se atendesse o Ney. Se o Renato não ganhar, muitas cabeças vão rolar”, disse a fonte. Em fevereiro, Renato mandou reabrir bar denunciado por barulho até de madrugada. “Depois que o Renato liberou, a GCM não pode ir mais [fechar], faz vista grossa.”

Não satisfeito em ajudar o assessor, em maio, Ney pôs secretários municipais, pastor Marco Roberto (Gabinete) e Lourival Domingues (Indústria e Comércio), e funcionários de indicação política para arrecadar alimentos em supermercados de Embu para Renato fazer a distribuição a famílias e se promover politicamente. Um vídeo mostra os secretários entregando parte das doações a ação assistencialista de Renato. Procurado, Ney não se manifestou.

Um morador entrou com ação contra o lançamento de Renato. O MP apenas recomendou que o pré-candidato não recorra a letreiros luminosos, comícios e distribuição de “brindes” e Ney não peça voto no assessor. Enquanto isso, Renato aguarda ser julgado, ainda sem data. No mês passado, a Justiça proferiu nova pronúncia com agravante de que Renato e comparsa atiraram em Binho. Renato “é um homicida”, afirma Alice Monteiro, promotora do caso.

LEIA+ Cerco se fecha, e Renato e Lenon são mandados a júri popular por tiros em Binho

comentários

  • Diante o dinheiro que será investido na campanha e a ignotanign doentia do povo da cidade, esse nefasto candidato está praticamente eleito.

  • >