ALCEU LIMA
Especial para o VERBO ONLINE, em Itapecerica da Serra
Itapecerica da Serra registrou a terceira morte pelo novo coronavírus, divulgou a prefeitura nesta quarta-feira (22). A cidade já tinha contado na segunda (20) o segundo óbito de covid-19. O boletim emitido pela Autarquia Municipal de Saúde aponta ainda três óbitos em investigação para se saber se a causa foi a doença, 51 munícipes infectados, outros 102 casos suspeitos e 119 já foram descartados – total de 278 notificações desde o início da pandemia.
O VERBO apurou que a segunda morte notificada é de um homem de 60 anos que tinha doença cardíaca. Ele estava em casa e foi socorrido ao Pronto Socorro Central, aonde chegou já com uma parada cardiorrespiratória e não resistiu. No mesmo dia, foi feito exame de Swab (coleta de secreção de garganta e nariz) que deu positivo para coronavírus. Já o terceiro óbito confirmado como covid-19 é do servidor público municipal Paulo Vieira, de 61 anos.
Paulo é o segundo irmão Vieira a ter a morte confirmada por covid-19, após a realização de uma festa de aniversário em família no dia 13 de março em Itapecerica, no Jardim Montesano. Depois da confraternização, pelo menos 14 dos 28 convidados passaram mal. Entre os casos, Paulo e dois irmãos, sexagenários, tiveram complicações graves – Maria Salete, de 60 anos, foi a primeira vítima fatal e era até segunda-feira o único caso confirmado de óbito do município.
Com histórico de atleta, Paulo fazia exercícios físicos, caminhava por trilhas, andava de bicicleta e tinha hipertensão controlada. Quatro dias depois da festa, Paulo procurou o Hospital Geral de Itapecerica com falta de ar, mas tinha quadro bom. “[Ele] Foi apenas para a internação para que pudesse ficar em observação. Mas dois dias depois o quadro dele piorou muito e ele foi para a UTI”, conta Vera Lúcia Pereira, aniversariante da festa, mulher de Paulo.
Como toda a vida, Clóvis – o outro irmão Vieira que passou mal após a festa – e Paulo ficaram juntos em seus últimos dias. Os dois, considerados casos altamente suspeitos de covid-19, foram colocados em camas próximas na UTI destinada a pacientes da doença, no HGIS. Pouco mais de duas semanas após o evento, no dia 1º de abril, Salete teve parada cardiorrespiratória e não resistiu. No dia seguinte, Clóvis também morreu após parada cardiorrespiratória.
No dia 3 de abril, Paulo morreu – ele e Salete foram enterrados em caixão lacrado. “Tenho um zelador que trabalhava aqui comigo e morreu com suspeita desta doença”, disse o prefeito Jorge Costa (PTB) ao justificar, em tempo de pandemia, as cautelas para receber alguém no gabinete ao dar entrevista para um jornal, ao se referir a Paulo. O VERBO apurou que nesta quarta-feira saiu o resultado, com a confirmação da suspeita. Paulo morreu de covid-19.