RÔMULO FERREIRA
Reportagem do VERBO ONLINE, em Embu das Artes
O governo Ney Santos (Republicanos) informou que realizará uma “apuração disciplinar” entre os guardas municipais que trabalham na base (subsede) da GCM (Guarda Civil Municipal) no Jardim Santa Emília para tentar identificar o responsável por esconder as drogas na unidade. No dia 26 de dezembro, um guarda encontrou 186 gramas de cocaína (112 pinos), 351 gramas de maconha (174 trouxinhas) e 36 gramas de crack (127 pedras) no forro da base.
Os GCMs Rodrigues e Maria Aparecida, ao chegar para trabalhar, por volta das 7h30, notaram muita água na base e identificaram um vazamento no vestiário masculino. Ao tentar encontrar a causa do problema e solucionar, o GCM Rodrigues subiu até o forro, de difícil acesso, quando encontrou uma sacola plástica escondida onde estava toda a droga. Os agentes levaram imediatamente as substâncias ilícitas à delegacia no Jardim São Marcos, distrito da área.
No dia 30, o VERBO questionou o governo, que respondeu no dia 2 de janeiro. “No dia 30 não houve expediente no setor administrativo da Guarda Civil, por isso, não respondemos antes, contudo, esclarecemos que realmente foi encontrada uma sacola de drogas no forro da Subsede do Jd. Santa Emilia, sendo todas as medidas legais adotadas com a apresentação da droga na delegacia do Jd. São Marcos”, disse o chefe-de-gabinete, pastor Marco Roberto.
“Esclareço ainda que a Corregedoria da Guarda Civil foi notificada e vai fazer uma apuração disciplinar dos Guardas escalados na Subsede e tentar descobrir quem escondeu aquela droga lá e quais os objetivos”, finalizou Marco. O site da prefeitura diz que dia 19 de dezembro a GCM prendeu um homem com “certa quantidade de drogas ilícitas, como cocaína, maconha, crack e lança-perfume, que estavam dentro de uma sacola plástica” – “produtos” achados na base.
Um episódio grave, uma base da GCM – subsede da corporação – servir de lugar para esconder drogas, e o “mistério” sobre o responsável seriam reflexo da distância da chefia da Secretaria de Segurança e da GCM da tropa – os irmãos Denis e Marco Viana são secretário e comandante da GCM. “Eles perderam o comando. Os guardas não concordam com muita coisa que acontece, só que não falam nada com medo de serem perseguidos”, disse um GCM a este site.
“Para se ter ideia, o pastor está com três guardas à disposição dele. Os GCMs ficam revoltados com isso, muitos trabalham 12 horas embaixo de sol e outros são beneficiados. Falta guarda na rua enquanto um chefe de gabinete é ‘privilegiado’, sendo que não tem direito a segurança pessoal”, afirmou, ao se referir ao próprio braço-direito de Ney. Ele exemplificou a insatisfação: “Fizeram uma confraternização [de fim de ano] e foram pouco mais de dez guardas”.
