RÔMULO FERREIRA
Reportagem do VERBO ONLINE, em Embu das Artes
Procurado pelo VERBO para dar sua versão sobre a compra de saco de lixo com símbolo da pasta que chefia quase três vezes mais caro que o sem logomarca, o secretário de Serviços Urbanos da gestão Ney Santos (Republicanos), Celso Vasconcelos, atacou e lançou ameaças contra um repórter deste portal, o jornalista Adilson Oliveira, quanto à vida profissional e particular da pessoa. A compra “superfaturada” foi denunciada pelo morador João da Paixão.
Em reportagem publicada na quarta-feira (4), o VERBO mostrou as autorizações de fornecimento dos dois tipos de saco de lixo. Na AF 759/2019, de 14 de maio de 2019, o “saco de lixo 100 litros (reforçado)”, com especificação “preto, medindo 90 cm altura x 80 cm largura, micra 10, polietileno de alta qualidade. P 10, embalagem c/ 100 unidades cada. 1ª qualidade”, conforme o pedido, aparece com preço de R$ 36 como valor unitário do pacote, total de R$ 3.600,00.
Já na AF 361/2019, de 14 de março, exatos dois meses antes, o “saco de lixo 100 litros (reforçado)”, com especificação “preto, medindo 90 cm altura x 85 cm largura, micra 10, polietileno de alta densidade, P10, Impresso um logo […] na frente e no verso dos sacos, medindo 55 cm x 55 cm na cor branca, Embalagens c/ 100 unidades cada, 1ª qualidade”, custou R$ 88,60 o pacote, 2,46 vezes a mais que o sem logo. Com quantidade de 120, a compra ficou R$ 10.632,00.
“Com certeza, é uma compra superfaturada, pagou R$ 7 mil a mais só para escrever o nome”, afirmou Paixão. “E era entregue o saco de lixo inferior, pagava pelo reforçado, e o rapaz entregava um de qualidade inferior ao que está na licitação. Dá para perceber só de tocar no material. E já existia contrato para se adquirir saco de lixo, comprou fora da licitação e superfaturado. […] É uma compra ilegal, imoral, sem necessidade nenhuma. Vou cobrar na Justiça”, disse.
Questionado sobre a compra de saco de lixo com logomarca por preço quase três vezes mais caro que o sem símbolo, Celso, conhecido com Celsinho, negou sobrepreço e passou a atacar o jornalista. “Acho que o senhor [repórter] está mau [sic] informado, hein. Não existe R$ 88,60 a unidade. Quem disse esta mentira ao sr? Irá receber um processo de crime. […] De calúnia e difamação. E faço questão de acompanhar a entrega da intimação”, disse.
“Certifique melhor. Pois o sr. está postando o que quer. E expondo a minha gestão, sr. Adilson. […] Quem lhe deu esta informação é um mentiroso. E irei provar. […] Irei na porta da sua casa […]. Já que você gosta de incomodar a vida pessoal das pessoas e expor. Vou mostrar que você cuidou tanto da vida das pessoas…”, disse, para logo partir para difamação contra a família de Oliveira. A reportagem pediu o tempo todo para Celso falar sobre a compra – em vão.
VEJA MENSAGENS COM ATAQUES E AMEAÇAS DO SECRETÁRIO CELSO VASCONCELOS DIRIGIDAS A JORNALISTA