Paulinho afirma que gestão Evilásio ocupou ‘páginas policiais’, mas foi eleito no PSB

Especial para o VERBO ONLINE

ADILSON OLIVEIRA
Especial para o VERBO ONLINE, em Taboão da Serra

Na aprovação do recesso aos auxiliares de desenvolvimento infantil e escolar, auxiliares e inspetores de classe, no dia 3, o presidente da Câmara, Marcos Paulo (PPS), disse, ao defender a política salarial do governo Fernando Fernandes para as categorias, que a “gestão anterior levou prefeitura e Câmara às páginas policiais” por “má administração”. Mas, em 2012, Paulinho foi candidato da máquina sob Evilásio Farias, inclusive se elegeu pelo partido do prefeito, o PSB.

Presidente Marcos Paulo, Paulinho, que
Paulinho na sessão em que atacou gestão Evilásio, mas se elegeu como candidato da máquina sob ex-prefeito

Sob pressão para que o governo cuja base compõe pague melhor às quatro categorias, que ganham salário irrisório – menos que o mínimo sem abonos -, mesmo após aprovação do recesso, Paulinho se disse a favor de melhoria salarial aos educadores, mas defendeu Fernando, quando mirou a gestão anterior, de Evilásio, com ataque relacionado à baixa criminosa de impostos devidos, a “máfia do IPTU”, em 2011. Porém, “não lembrou” que fez parte do mesmo governo.

“Ninguém é contra salário alto aqui, melhoria de salário. Se o projeto vier hoje, a Câmara toda será favorável. Mas temos que ter responsabilidade, porque tem muito governo aí [que não tem], inclusive a gestão anterior, que levou a prefeitura de Taboão e a Câmara Municipal às páginas policiais, teve vereador que saiu preso do parlamento por fazer coisa errada, por má administração com a coisa pública”, disparou Paulinho, na cadeira de presidente, aos servidores.

“Então, parabéns aos vereadores e ao prefeito, que está olhando olho no olho e falando a verdade, ‘hoje não é possível’, mas se vier, voto favorável ao reajuste salarial de vocês”, completou Paulinho. Apesar de agora fazer avaliação negativa da “gestão anterior” à de Fernando, a coligação pela qual foi eleito – lançada pelo então governo – se chamava “Taboão crescendo com você” e elegeu seis vereadores – de 13. Com a eleição de Fernando, ele logo aderiu ao novo prefeito.

De temperamento explosivo, Paulinho tornou a sessão tensa ao repreender logo no início os educadores que lotaram as galerias, ansiosos pela aprovação do recesso. Ele voltou a ficar impaciente com os servidores. “Estamos fazendo a coisa legal, e tem uma turminha ali que só quer criticar, é gente ligada a PSOL, PT infiltrada no meio. Esses não têm meu respeito”, disse, ao explicar que o pedido para prorrogar a sessão era para evitar que a votação fosse invalidada.

Concluída a votação, contrariado com o clima pouco amistoso aos vereadores, Paulinho mandou os educadores embora da sessão. “Vocês já estão liberadas, vão para vossas casas com direito garantido. Se quiserem ficar, melhor ainda, né?”, disse. “Eles estão bravos porque não estamos permitindo esses discursos inflamados e essa autopromoção nas nossas costas”, disse uma educadora na sessão. Os servidores gritavam “O povo unidos jamais será vencido”.

O VERBO ligou mais de uma vez para Paulinho para comentar a fala, mas ele não atendeu. Depois, a assessoria de Comunicação da Câmara contatou o site e se ofereceu para ajudar. Porém, nem ele nem a assessoria responderam ao e-mail enviado. “A questão que colocou no e-mail é direcionada ao vereador, e não ao presidente e nem à instituição, por isso não mandei uma resposta institucional”, alegou a assessora. Paulinho se pronunciou na cadeira de presidente.

Também procurado pela reportagem e informado sobre a declaração de Paulinho, Evilásio não quis comentar. “Eu estou viajando de férias e só retorno no fim do mês. Quanto ao que ele falou, quero ouvi-lo pessoalmente”, disse. Sobre a operação “Cleptocracia”, o ex-prefeito tem dito que é o responsável por prender quem fazia a baixa da dívida ativa e estancado a corrupção na prefeitura, e que um investigador de polícia – já morto – tramou um golpe político na cidade.

Paulinho deixou o PSB em 2013 e seguiu como vereador por ter ingressado em partido criado, o Pros, que trocou pelo PPS. Em 2015, ele já tinha atacado quem tinha sido candidato a prefeito da sua coligação. “As denúncias têm endereço certo, denegrir a imagem e o trabalho do prefeito Fernando Fernandes e dos vereadores. E o principal opositor desta cidade tem nome e sobrenome, o ex-vereador José Aprígio […]. A oposição se orquestra, mas tem um maestro”, disse.

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