ADILSON OLIVEIRA
Especial para o VERBO ONLINE, em Taboão da Serra
A Câmara de Taboão da Serra aprovou no fim da noite da quarta-feira (10) a lei de diretrizes orçamentárias (LDO) sem alterações, como enviada pelo prefeito Fernando Fernandes (PSDB). Vereadores governistas que integravam o bloco independente (“BIH”) rejeitaram as mesmas emendas que tinham aprovado para o orçamento deste ano, quando estavam rompidos com Fernando. No fim de março, eles voltaram à base de apoio ao prefeito, após ganharem cargos.
Após briga política com Fernando sobre apoio nas eleições para deputado e depois devido à disputa para a presidência da Câmara, no ano passado, Eduardo Nóbrega, Érica Franquini, Carlinhos do Leme, André Egydio, todos do PSDB, Alex Bodinho e Marcos Paulo, ambos do PPS, travaram um embate com os seis vereadores fiéis ao prefeito e se aliaram ao Professor Moreira (PSD), da oposição, inclusive com aprovação das emendas do vereador ao orçamento para este ano.
Na ocasião, Moreira apresentou ao orçamento deste ano as emendas de reposição e aumento real de salário e vale-refeição aos servidores municipais, implantação do bilhete único municipal, espaço para culto no Cemitério da Saudade no dia de Finados e instalação de gradil no córrego Pirajuçara nas região do Jardim Clementino. Os vereadores leais a Fernando chegaram a entrar na Justiça contra a apresentação das emendas, mas perderam no Tribunal de Justiça.
Em entrevista no dia 4 de janeiro, o “BIH” acentuou o direito às emendas. “Ela [presidente Joice Silva] interpretou de forma truculenta a decisão do desembargador e decidiu por continuar a não aceitar as emendas. […] Eles perderam em segunda instância. Apresentamos emendas, muito debatidas, como reajuste salarial e vale-refeição aos servidores, bilhete único, reforma do cemitério, que está com os muros caindo, o gradil no córrego Pirajuçara”, disse Marcos Paulo.
Nóbrega foi mais contundente. “Qual era o golpe armado pelo prefeito Fernando Fernandes e a vereadora Joice Silva? Iam derrubar as emendas na Justiça, alegando nulidades que a própria presidente produziu, e ficar sem dar nenhum dos benefícios que conquistamos ao funcionalismo, aumento e vale-refeição, e ao povo, bilhete único, e ter 30% de remanejamento. Era esse o golpe, que bravamente, em nome dos servidores e do povo de Taboão, impedimos”, disse.
Como Fernando acabou vetando, Moreira reapresentou as emendas do vale-refeição aos servidores, bilhete único, espaço ecumênico no cemitério e gradil no córrego na LDO. Porém, quatro dos seis vereadores que defenderam e aprovaram as emendas antes agora votaram contra – Nóbrega, Érica, Carlinhos e Bodinho (Marcos Paulo só vota em empate, mas indicou ser contrário). O quarteto ajudou a formar o placar de 10 votos a 2 pela rejeição das emendas.
Na votação, Nóbrega alegou que na LDO não cabem demandas propriamente. “Essa lei simplesmente são as balizas para votação da lei orçamentária anual, tudo que o Moreira queria colocar como balizas já está na lei”, disse. Egydio foi o único ex-“BIH” a se manter a favor das emendas. Ele, que virou oposição ao prefeito, ironizou a evasiva de Nóbrega. “Se já estão na LDO, por que não aprovar? Vamos ver no fim do ano quem vai ser contra essas emendas”, desafiou.
À reportagem, Moreira indicou que os ex-companheiros de oposição voltaram a ser submissos ao prefeito por agora rejeitarem as emendas que haviam aprovado. “É política, né? Eles voltaram para a base, dizem que o governo está atendendo os pleitos deles, a ordem é limar a oposição, não deixar aprovar nada da oposição. Eles fazem o jogo do governo, e a gente, infelizmente, não consegue aprovar as emendas que a população tanto precisa”, disse o vereador.
Os ex-“dissidentes” justificam a volta à base pelo prefeito ter dado aumento aos servidores, a única emenda atendida. Fernando diz que ia já dar o reajuste. Os cinco ex-“BIH” receberam cargos, inclusive Walter Paulo, pai de Marcos Paulo, voltou a chefiar a Segurança, e Olívio Nóbrega, pai de Eduardo, virou secretário de Governo. “Eduardo não é mais oposição, esqueceu até da CPI da saúde que tanto ameaçou. Depois de obter os cargos e a secretaria”, diz um servidor.
> Compartilhe pela fanpage do VERBO ONLINE