RÔMULO FERREIRA
Reportagem do VERBO ONLINE, em Embu das Artes
Fato visto como iminente colapso financeiro da administração de Embu das Artes, o prefeito Ney Santos (PRB) não pagou o salário da maioria dos servidores no último dia útil do mês, na sexta-feira (28), e deixou os funcionários revoltados por descumprir compromisso histórico com o funcionalismo e nem avisar que o pagamento não ia sair na data. Comissionados e terceirizados recebem quase sempre com atraso, mas agora concursados também são afetados.
A prefeitura tem legalmente até o quinto dia útil para pagar aos servidores, de carreira e não efetivos, mas tem o compromisso de fazer até o último dia útil do mês de trabalho, daí que os funcionários sempre contam com o dinheiro em conta na data. Concursados souberam que não iam receber só na sexta-feira e extraoficialmente, ou seja, depois de perguntarem ao RH pelo pagamento e receberem resposta reservadamente, sem qualquer satisfação do governo Ney.
Ney mandou pagar o salário apenas dos profissionais da educação e da Frente de Trabalho na sexta-feira, conforme apurou o VERBO. Diante da informação de que não iam receber no último dia útil do mês de trabalho, os servidores ficaram indignados. “Nós, otários da prefeitura, vamos receber só na sexta-feira da próxima semana [5 de julho]. Palhaçada. Estou revoltada. Vamos sugerir trabalhar em casa semana que vem [nesta semana]”, disse uma servidora.
Outra servidora procurou a reportagem por volta do meio-dia também de sexta para questionar sobre o que chamou de “descaso”. “Sou funcionária da prefeitura de Embu e gostaria que vocês apurassem por que o prefeito não irá pagar os funcionários hoje como é normal. Pelo que sabemos, hoje só pessoas ligadas ao magistério receberão, sendo que os outros funcionários receberão até o quinto dia útil, e ainda há a possibilidade de pagarem fracionado”, relatou.
A servidora criticou o governo por não avisar os funcionários. Nos primeiros meses de gestão, Ney até fazia marketing nas redes sociais de que pagava no último dia do mês de trabalho. “Eu descobri não foi nem por funcionário, um amigo que nem trabalha na prefeitura ficou sabendo e me avisou. O RH confirmou a informação, de que só o magistério vai receber. Os demais vão receber até o quinto dia útil. Talvez. Foi a informação que consegui com muito custo”, disse.
Questionado sobre o pagamento não sair no dia previsto e a prefeitura não avisar com antecedência, o RH disse não poder dar mais informações. O departamento – setor da pasta de Gestão de Pessoas, da secretária Ely Santos, irmã do prefeito – chegou a ser interpelado porque não colocou um comunicado no portão da prefeitura. A funcionária disse que não sabia e que os superiores apenas disseram que não teria pagamento, e que nem ela vai receber agora.
“O mais grave é não avisarem os funcionários, a gente se programa para receber nesta data, temos compromissos, as pessoas só vão descobrir quando forem ao banco, nem todo mundo tem acesso. Descaso. Disseram que o magistério vai receber por ter verba própria. Eu acho que não, há uns quatro anos [o então prefeito] Chico Brito fez isso também e a Educação parou em peso. Ou seja, se eles pagam o magistério não tem quem encabeça uma paralisação”, observou.
O VERBO procurou o prefeito ainda na sexta e questionou: “Quanto será pago o salário dos funcionários da prefeitura? Os servidores estão revoltados pelo senhor não comunicar que não pagaria nesta sexta-feira!” Ney se irritou. “Não sei nem porque dou informação para você [reportagem], você acaba distorcendo tudo. Mas como você é um desavisado, o pagamento vence no quinto dia útil. E hoje é ainda dia 28, ou seja, não está nada atrasado, não”, falou, após as 17h.
A reportagem respondeu ao prefeito: “Leia aí e me diga onde eu disse que está ‘atrasado’. Vou repetir para o senhor entender direitinho: eu disse que os servidores estão revoltados com o senhor, pelo fato de eles sempre receberem no último dia do mês de trabalho e agora não vão receber sem que o senhor sequer tenha comunicado que não irão receber quando costumam receber”. Ney calou. Após o prefeito ser questionado, o governo pagou a outros servidores.
“Até o fim do dia [a prefeitura pagou] de alguns. Recebi já era no fim do dia. Talvez se vocês não tivessem entrado em contato, ele nem teriam pago”, disse outra servidora. Mas, no sábado, guardas municipais ainda não tinham recebido. “Ainda não. Não está atrasado, mas do jeito que andam as coisas, a gente fica com medo”, disse um GCM. Avisado de que o governo informou que só vai pagar no quinto dia útil, ele disse: “Não pode, não, tenho contas para pagar”.
Outra servidora relatou ao VERBO também no sábado que o salário não foi pago. “Não recebi nada. Essa prefeitura está cada vez pior. […] Algumas pessoas receberam só uma parte do salário”, disse. Mais uma funcionária procurou este site para relatar o “desrespeito” aos servidores. “Gostaria que colocassem uma nota informando que a prefeitura não cumpriu com o pagamento dos funcionários, pagaram uma parte e muitos ainda estão sem receber”, afirmou.
“Quando ligam no departamento pessoal, o atendimento é muito estúpido e sem resposta. Recebi na sexta no período noturno, mas outros funcionários da mesma categoria que eu ainda não receberam”, acrescentou a servidora, nesta segunda (1º). “Realmente, a prefeitura tem até o quinto dia útil para pagar, ele [Ney] não mentiu, mas desde a época do [ex-prefeito] Geraldo Cruz existe um acordo com o sindicato para pagar no último dia útil”, afirmou outra funcionária.
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Hai povo do Embu vamos nas próximas eleições saber bem em quem vota vamos trocar tudo isso é um descaso pra quem mora em Embu das artes dinheiro pra festa o caramba a quatro tem mais e os funcionários isso é um descaso