PSL é oposição à gestão Ney e terá nome a prefeito em Embu em 2020, diz dirigente

Especial para o VERBO ONLINE

ADILSON OLIVEIRA
Especial para o VERBO ONLINE, em Embu das Artes

O PSL (Partido Social Liberal), do presidente Jair Bolsonaro, é oposição ao governo Ney Santos (PRB) e terá candidatura própria a prefeito em Embu das Artes em 2020, disse o coordenador do partido na região, o capitão Mas de Camargo. Ele refutou ventilação de que o PSL, por articulação de deputados menos identificados com a ideologia da sigla, irá se aliar a Ney. O PSL realizou um encontro com membros oriundos das seis cidades da região há exato um mês, em Embu.

Capitão
Capitão Mas Camargo (de verde), coordenador regional do PSL, e outras lideranças da sigla no evento em Embu

O encontro serviu como uma “apresentação” do partido. “O PSL é um partido novo, está se estruturando, tem umas confusões daqui e dali por ser novo, e ficou muito grande rapidamente. Mas a nossa essência é que somos do bem, o cara que é do bem e quer vir participar, se filiar, escutar, falar, estamos aqui. Única condição: ser do bem”, disse o capitão Mas ao VERBO. Apesar de ter filiado Bolsonaro em 2018, para disputar a presidência, o PSL já existe há 25 anos.

A reportagem questionou no que o PSL se diferencia se outros partidos também teria pessoas do “bem”. “Com certeza, em todos os partidos deve ter gente do bem. Deve ter gente do mal também, inclusive no PSL. Tomo bastante cuidado, na condição de dirigente do PSL na região, para que isso não aconteça. Mas o diferencial é basicamente este: a gente é do bem, quer construir algo baseado na ideologia do nosso presidente, o nosso capitão, tirar o país do buraco”, disse.

Camargo avaliou que hoje “ninguém consegue governar” e falou em “reestruturação”, também em nível local. “Vamos trazer isso para os municípios, a nossa ideia é reestruturar, é muito vício”, disse. Instado ainda a apontar quem seria “do bem”, disse que são “pessoas que não fazem falcatrua, que não se beneficiem da política, e querem a melhoria da nossa comunidade, o país precisa aproveitar essa alavancada que o presidente deu para pôr as coisas no lugar”.

Questionado sobre ter falado apenas sobre “princípios” e interpelado acerca de propostas para educação e saúde, Camargo julgou que “são as áreas mais importantes de qualquer governo”. Porém, voltou a ser evasivo e só apontar os problemas. “Primeiro, tem que ter austeridade de administração, nenhum dos municípios pode fazer, abre aspas, merda, o dinheiro público é do povo, não tem cabimento fazerem coisas que destoam do anseio da comunidade.”

“Basicamente, temos problema com hospital, laboratório, remédios, exames. Ou seja, em todos os municípios, a nossa saúde está um verdadeiro lixo, horrível. A máquina pública é extremamente morosa e cara. A segurança pública está jogada a segundo plano, estou me referindo às guardas municipais. Estão sem estímulo de cursos, equipamentos, viaturas. Eles precisam ser reciclados”, disse o capitão reformado (aposentado) da Polícia Militar, ex-integrante da Rota.

Na contramão da percepção da sociedade, Camargo disse que as escolas mal conservadas são de responsabilidade das prefeituras, e não as estaduais. “Nas escolas é um total descaso, estão sucateadas, principalmente as municipais. As creches, é lamentável a necessidade que todos os municípios têm. Todos os municípios precisam de reestruturação em nível de prefeitura para poder colocar dinheiro no lugar certo e valorizar cada centavo que é gasto”, disse o dirigente.

Camargo disse que o PSL na região tem a pretensão de “fazer, no mínimo, três vereadores em cada Câmara”. “Se é possível, se estou falando besteira, eu não sei”, disse. Ele admitiu, porém, estar na política “pouquíssimo tempo”. Mas ele citou os prefeituráveis do PSL – em Taboão da Serra, Ronaldo Dias; em Embu, sargento Ruas; em Itapecerica da Serra, Flávio Amorim; em Embu-Guaçu, Zé Antônio; em São Lourenço da Serra, capitão Lener; em Juquitiba, Brandão.

Indagado sobre o governo Ney, Camargo avaliou que é “terrivelmente problemática essa estrutura da prefeitura de Embu, que não difere das demais”. Ele disse, porém, que o partido é oposição à gestão de Ney. “O PSL é oposição a qualquer coisa que estiver errada. Para você [repórter] ter mais claro: sim, somos oposição ao atual governo. Não temos a mesma concepção de governo, a máquina pública tem que estar mais enxuta e ser mais eficaz”, disse.

Camargo disse que o possível apoio dos deputados federais Abou Anni e Júnior Bozzella à ligação PSL-Ney, noticiado pela “Folha do Pirajuçara”, “não procede”. “O partido tem candidato próprio em Embu, temos o respaldo da cúpula do PSL nacional e estadual”, disse, incumbido pelo senador Major Olímpio “a montar uma equipe forte”. “Fiquei na Rota mais de dez anos, temos um pensamento lá muito firme, de integridade. É o que tem que ter na política”, declarou.

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