ADILSON OLIVEIRA
Especial para o VERBO ONLINE, em Embu das Artes
EXCLUSIVO. Testemunhas de acusação do processo em que Ney Santos é réu por disparo de arma em 2015 foram presos em flagrante nesta quinta-feira (16) no Fórum de Embu das Artes por falso testemunho. Três correligionários à época do líder partidário Paulinho da Solidariedade que acusaram Ney de atirar contra eles voltaram atrás na denúncia em audiência e receberam voz de prisão da juíza Tatyana Teixeira Jorge. Ela julgou que mentiram ao dar nova versão.
Conforme revelou o VERBO à época, em 18 de dezembro de 2015 colocadores de placas de boas festas do então pré-candidato a prefeito Ney (então PSC) e os a serviço de Paulinho, aliado ao pré-candidato Geraldo Cruz (PT), brigaram por causa de material arrancado, na estrada Jerusalém, esquina com Baviera, no Jardim São Marcos. Com a confusão, Ney, que era presidente da Câmara, foi ao local – com carro oficial do Legislativo – e teria atirado contra o grupo rival.
Ney acusou a equipe de Geraldo de agir com violência. Geraldo rebateu. “O funcionário do Solidariedade que estava colocando as faixas […] foi agredido pelo vereador que é presidente da Câmara de Embu na estrada de Jerusalém, esquina com a Baviera, que chegou ao local com o carro oficial da Câmara de Embu, desceu do veículo com uma arma de fogo nas mãos, discutiu com os trabalhadores e disparou um tiro contra eles, segundo o BO nº 4397/2015”, disse.
“Felizmente, o tiro não acertou, e o rapaz passa bem. Senão este fato serviria para aumentar o número de moradores de Embu que são brutalmente assassinados todos os dias”, afirmou Geraldo. À reportagem, Paulinho confirmou à época que, com a briga, Ney foi avisado, apareceu no local no carro da presidência da Câmara, um Cruze preto, e com arma de fogo em punho fez um disparo que, por sorte, não atingiu ninguém. Ney negou e disse que o relato era “falso”.
Após declararem que Ney atirou na direção deles, conforme relato de Paulinho, para quem trabalhava, as testemunhas Leandro Alves dos Santos, Eric Veloso Valério e Gabriel Soriano de Lima retiraram a acusação na audiência e “caíram em desgraça”. A juíza disse que cada um “mentiu em juízo, eis que afirmou que foi orientado por advogados do partido a inventar e denunciar à autoridade policial que o acusado disparou arma de fogo quando isso não era verdade”.
“Dou voz de flagrante ao mesmo pelo crime de falso testemunho majorado. Tendo em vista que ouvi divergências sérias e indicativas que as testemunhas de acusação ouvidas na data de hoje combinaram nova versão sobre os fatos, divergente, inclusive sobre parcela sensível da prova já produzida”, decidiu Tatyana. Ela convocou o delegado e a perita criminal do caso para continuação da audiência, no dia 18 de julho, e instruiu a “prisão em flagrante” das testemunhas.
O comentário nos corredores do Fórum, segundo a reportagem apurou, foi de que, para a juíza mandar prender, o falso testemunho foi “descarado”. A suspeita é de que os depoentes tenham mudado de versão por recebimento de vantagem ou tenham sido intimidados. Eles estão presos preventivamente (por tempo indeterminado) e vão para um centro de detenção provisória. Podem se retratar até o julgamento do processo – se o fizerem, não podem ser punidos.
Também Ney e três testemunhas de defesa compareceram à audiência, dois assessores que trabalhavam para Ney e o então pré-candidato a vice-prefeito da chapa, o empresário Milton do Rancho. Foram ouvidos e liberados. Diante de promotora do caso e um promotor do Gaeco (grupo de combate ao crime organizado), que já o investiga, Ney falou em juízo, mas teria se irritado e não aceito a condição de denunciado à Justiça – ele se recusou a sentar no banco do réu.
RELEMBRE Acusado por Ney, Geraldo diz que vereador atirou contra equipe; rival nega
………………..Por disparo de arma de fogo, TJ recebe denúncia contra Ney, que poderá ser preso
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