ALCEU LIMA
Especial para o VERBO ONLINE, em Embu das Artes
Após denúncias de “absurdas” irregularidades no concurso para a Guarda Civil Municipal de Embu das Artes publicadas pelo VERBO, o prefeito Ney Santos (PRB) recuou e decidiu na tarde desta quarta-feira (17) cancelar a prova para mais de 20 vagas para a GCM – desde domingo, dia do exame, o certame era seriamente questionado pelos candidatos, mas Ney só tomou providência três dias depois após pressão. Ele anunciou que a nova data do exame é 19 de maio.
Candidatos denunciaram várias irregularidades ou “situações suspeitas” como os envelopes com a prova não estarem lacrados, celulares terem ficados acessíveis ao alcance dos participantes, a saída dos inscritos da salas de exame sem praticamente fiscalização, a circulação de fotos das – 40 – questões ainda durante o concurso, a aplicação da prova com até uma hora de atraso, além de acusação de possível “favorecimento ilegal” de inscritos ex-GCMs ligados à gestão Ney.
O canal “Azul Marinho”, de GCMs do país, também apontou irregularidades. “Em Embu, a parte da segurança não foi levada a sério, tanto que foi feito boletim de ocorrência contra o concurso, [quanto] à falta de fiscal na ida ao banheiro, celular não lacrado e mantido junto ao candidato, muitas fotos da prova, a banca chegou atrasada para aplicação da prova. Foram inúmeros problemas […], tendo a possibilidade de favorecimentos e fraudes”, acusou o youtuber.
Candidatos lesados criaram grupo no WhatsApp no qual reforçaram as denúncias. “Ouvi lá meninas conversando que essa banca [empresa] era alguma coisa do Ney Santos. Uma banca séria não cometeria todas as irregularidades que essa cometeu. […] Teve pessoas que estudaram muito para o concurso, foi falta de respeito muito grande, chegaram muito atrasados à escola, eles foram chegar lá mais de 8 horas, para colocar a lista ainda”, disse uma participante.
O governo Ney alegou que “chegou [sic] ao conhecimento da administração municipal algumas intercorrências na ocasião da aplicação das provas objetivas, e que após ser notificada, a empresa responsável pela aplicação das provas [Suporte Gestão e Recursos Humanos Ltda.] contribuiu para elucidação dos fatos, que em tese não tiveram condão de trazer maculas [sic] ou caracterizar fraude no processo”, diz a nota – em português sofrível, com erros primários.
A administração alegou ainda que “primamos pela preservação de direitos de todos os envolvidos, especialmente os candidatos que participam do processo, embora não tendo sido interposto nenhum recurso formal no prazo entabulado no edital (item 14.1, “c”) acerca da aplicação da prova”. Candidatos que se sentiram prejudicados afirmaram ter feito boletim de ocorrência na delegacia da cidade e ingressariam no Ministério Público pela gravidade do caso.
“Diante das considerações acima expostas, a prefeitura de Embu das Artes comunica o cancelamento dos efeitos da prova do concurso público nº 002/2019 para provimento do cargo de GUARDA MUNICIPAL realizada no ultimo [sic] dia 14 de abril. A previsão para realização da nova prova será no dia 19 de maio de 2019. Os horários e locais serão oportunamente divulgados nos sites: www.suporterh.net.br e www.cidadedeembudasartes.sp.gov.br”, diz o governo.
O concurso em xeque foi para 22 vagas para a GCM (18 homens e quatro mulheres), com salário inicial de R$ 2.840. Mas o certame foi aplicado ainda para outras funções e também foi marcado por graves irregularidades. “Não somente o da GCM, os outros cargos também. Minha filha disse que na sala onde ela fez teve candidatos que não possuíam gabarito, e a orientação do fiscal foi de que fizessem as respostas em uma folha que passariam depois”, denuncia S.R.
> CONFIRA A NOTA OFICIAL DO GOVERNO NEY SANTOS SOBRE CANCELAMENTO DA PROVA DA GCM
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