GABRIEL BINHO
ALCEU LIMA
Especial para o VERBO ONLINE, em Embu das Artes
Após reclamações e protestos de pais, o governo Ney Santos (PRB) começou, finalmente, a entregar na quinta-feira (11) o material escolar completo aos alunos da rede municipal de ensino de Embu das Artes, com dois meses de atraso. Em vídeo postado em 14 de fevereiro, Ney chegou a dizer que faria a entrega “nos próximos dias”. Ele disse ter entregue na primeira semana de aula os itens “básicos”, mas foi desmentido. Mães afirmam que falta ainda entregar o uniforme.
O secretário Pedro Ângelo (Educação) disse na terça-feira (9) ao VERBO que o kit de material escolar “para o restante do ano letivo” já estava “em todas as escolas municipais” de Embu. Questionado desde quando, ele disse sexta-feira, dia 5. “Completamos todas as escolas”, falou. Na ocasião, ele afirmou ainda que “as escolas já iniciaram sua distribuição, cada escola organiza esse momento”. Porém, pais relataram ter começado a receber o kit de material apenas na quinta-feira.
Com questionamento sobre a qualidade do kit, a moradora Josy Silva comentou na sexta-feira (12): “[…] Em Embu das Artes só foi entregue ontem o material e não vimos nada de especial ou da marca Faber Castell”. Apesar de receberem, enfim, os materiais escolares para os filhos, pais não deixaram de registrar a distribuição muito depois do início do ano letivo. “Eles só esqueceram que estamos quase entrando no mês 5 [maio]”, criticou o munícipe Marcelo Ribeiro.
Pedro Ângelo chamou a atenção ao dizer que “algumas escolas já receberam os conjuntos de uniformes e da mesma forma já se organizam para distribuição”. A reportagem questionou quantas escolas já tinham recebido o kit de roupas para os alunos. “Eu uso ‘algumas escolas’ pois o fornecedor iniciou a entrega, e vamos monitorando a confirmação dos recebimentos. Cerca de 20% das escolas já receberam”, disse. Mas os pais negam que o uniforme foi distribuído.
Ao comentar notícia de que em um município vizinho, Taboão da Serra, o uniforme seria entregue na sexta-feira (12), a moradora Juh Queiroz disse: “Menos no Embu… Aqui no Embu foi entregue apenas o material, o uniforme ainda não!” Josy também se referiu ao conjunto de vestuário, mas descrente de quando os estudantes irão receber. “[O material não é da melhor qualidade] Mas pelo menos foi entregue, né? Agora, uniforme vai ser entregue lá sabe quando”, disse.
Diante da “novela” dos kits escolares em Embu, em que pelo terceiro ano consecutivo Ney não distribui no início do ano letivo e nem pelo menos até o fim de fevereiro, o VERBO questionou o secretário por afirmar no “Bom Dia São Paulo”, no dia 29 de março, que na semana seguinte entregaria tanto o material completo quanto o uniforme, mas ao se reunir com pais de alunos no dia 1º abril não garantir mais a entrega até o dia 5 e dizer que poderia ocorrer até 30 de abril.
Pedro Ângelo falou ao “Bom Dia São Paulo”: “Estamos planejando para já na próxima semana iniciarmos a entrega, com o cumprimento da empresa WF Confecções, que venceu o contrato”. A apresentadora disse: “Tá, então semana que vem as crianças vão começar a receber os uniformes”. Ele afirmou: “É esse o nosso planejamento. Temos um servidor na empresa – que é do Sul – que está acompanhando essa produção para que já comece a nos enviar esses itens”.
Ele culpou a empresa por não cumprir o que disse na TV. “Esclareci na entrevista que o conjunto com todo material para uso coletivo estava no nosso planejamento, levando em conta as programações de entregas dos fornecedores […]. Ponderei que dependemos dos fabricantes, principalmente do uniforme. Ocorre que o fabricante das roupas e tênis não cumpriu seu cronograma completo, ou seja, nem todas as escolas receberam os conjuntos de uniformes”, disse.
“Sobre a reunião com os pais, expliquei a eles que temos duas situações: uma é o cronograma de entrega que os fornecedores nos passam, outra é o prazo legal de entrega, [que] é dia 30 de abril, pois a partir dessa data se o fabricante não entregar passa a ser penalizado legalmente de acordo com o contrato de fornecimento”, alegou Pedro Ângelo. Na TV, ele ocultou o tal “prazo legal” – evitou admitir publicamente a possibilidade de atrasar mais um mês.
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