ALCEU LIMA
Especial para o VERBO ONLINE, em Embu das Artes
Uma semana depois de decretar a nova empresa que vai operar o transporte de Embu das Artes, o governo Ney Santos (PRB) anunciou que a tarifa de ônibus vai subir para R$ 4. O valor divulgado deverá ser praticado quando a companhia que venceu a licitação assumir as linhas municipais, o que não deve ocorrer antes de seis meses. Empresa que atua no município hoje, a Transartes, que foi desclassificada no processo licitatório, terá novo contrato de emergência assinado.
A futura tarifa representará aumento de 5,3%. Mesmo se comparado com o índice no início do ano, o percentual fica abaixo da inflação de 2017 e 2018, que foi de 6,7%. A passagem não sobe há dois anos, mas o último aumento foi de 18,8%, praticamente três vezes acima da inflação, decretado pelo então prefeito interino Hugo Prado (PSB), com anuência de Ney – que estava foragido, mas, conforme apurou a reportagem, mantinha comunicação com o vereador.
Com a alta exorbitante que endossou, Ney manteve a tarifa “congelada” em 2018, ano eleitoral, quando lançou Ely Santos (PRB) a deputada federal e o próprio Hugo a deputado estadual, mas fracassou. Após garantir transporte de “primeiro mundo” com a Transartes, Ney preferiu a irmã para disputar a eleição em vez do empresário Léo Novais (PR), ligado à empresa. Sem contar mais com a “boa vontade” dos empresários, Ney lançou a licitação do transporte.
O governo decretou como vencedora da licitação a empresa JTP Transportes, Serviços, Gerenciamento e Recursos Humanos Ltda, com a publicação oficial na quarta-feira (27), após analisar as propostas de duas concorrentes no dia anterior. A companhia é sediada em Barueri (Grande SP) e tem como sócios Paulo Henrique Wagner e Tadeu Wagner Júnior, segundo a Junta Comercial. A segunda colocada foi a Expresso Fênix Viação Ltada, que pode recorrer.
Apesar de o processo ainda não ter se finalizado, a JTP mostra que já “levou” a licitação, já lista em seu site que “atua” em Embu. A empresa vencedora vai assumir a totalidade das linhas, já que a concorrência é de lote único em todo o município, e operará na cidade por 20 anos. De acordo com a prefeitura, a demanda diária é de cerca 55 mil usuários. O governo diz que o menor valor de tarifa apresentado é “um dos critérios” para escolha da companhia ganhadora.
O secretário Gustavo Arenzon (Mobilidade Urbana) disse que a JTP apresentou proposta de tarifa menor. “O valor que foi apresentado pela empresa foi de R$ 4. O processo licitatório ainda não foi encerrado. Acredito que quando a empresa assumir [vai ter o reajuste de 20 centavos]. Não vai assumir agora, o contrato emergencial da Transartes vai vencer agora no fim de abril, não vai dar tempo para assinar o contrato com a nova empresa ainda”, declarou.
“Vamos ter que fazer novo emergencial de seis meses, a Transartes deve ficar mais seis meses e meio, sete meses até a nova empresa assumir. Estou esperando o pessoal da licitação dizer se realmente a JTP venceu. Aparentemente, ela apresentou toda a documentação correta e o menor valor da tarifa”, disse Arenzon, em “café com jornalistas” na quarta (3). O VERBO não foi convidado pelo secretário Renato Oliveira (Comunicação), mas captou o que foi dito no encontro.
> Compartilhe pela fanpage do VERBO ONLINE
