‘BIH’ convoca extraordinária, mas não vota nada para barganhar retorno ao governo

Especial para o VERBO ONLINE

ADILSON OLIVEIRA
Especial para o VERBO ONLINE, em Taboão da Serra

Os vereadores de Taboão da Serra realizaram na quinta-feira (21) sessão extraordinária que começou com quase duas horas de atraso, acabou sem nenhuma votação e ainda provocou o cancelamento de uma audiência pública que discutiria a violência nas escolas. Um requerimento que pedia o adiamento da retirada dos ambulantes de pontos da cidade tampouco foi votado. Os dissidentes do “BIH” ganharam tempo para barganhar para voltar à base governista.

Vereadores
Presidente Marcos Paulo e outros vereadores do “BIH” (“independentes”) na extraordinária, sem votar vetos

Um dos membros do “BIH” – que com Moreira (PSD), oposição, são maioria na Casa -, o presidente Marcos Paulo (PPS) convocou a sessão para analisar os vetos do prefeito Fernando Fernandes (PSDB) a emendas feitas pelos opositores, entre elas as que preveem aumento salarial e vale-refeição aos servidores municipais e recursos para a implantação do bilhete único – a medida de usar mais de um ônibus ao preço de uma tarifa é promessa de Fernando desde 2012.

Contudo, os vereadores passaram a debater a ordem do governo de retirar os camelôs de pontos da cidade como a região central e a estrada Kizaemon Takeuti. Os parlamentares do “BIH” fizeram o requerimento de suspensão da determinação por três meses e centraram críticas ao prefeito. “O prefeito Fernando Fernandes, por incrível que pareça, está expulsando todos os ambulantes da cidade de Taboão, de forma arbitrária, absurda”, disse André Egydio (PSDB).

Marcos Paulo tentou acirrar os ânimos dos ambulantes, que lotavam o plenário, contra os governistas. “Me surpreende que tenha vereador que não assina [o requerimento] por 90 dias. Vocês [camelôs] vão sair e dizer quem são os vereadores que estão do lado de vocês”, disse o presidente. Em estratégia que foi vista como jogo de cena,  os parlamentares do “BIH” “esqueceram” de votar a propositura que representaria uma pressão sobre a administração.

Apenas Érica Franquini (PSDB) discutiu os vetos às emendas. “Não podemos aceitar porque está indo contra tudo que nós queremos a favor do povo. Contra o aumento ao funcionário público – que está 20 anos sem reajuste -, contra o bilhete único, contra a UBS do Parque Laguna – que a gente deixou dinheiro reservado para construir -, está contra o gradil do [córrego Pirajuçara no Jardim] Clementino do Moreira. Não podemos deixar esse veto assim”, discursou.

Marcos Paulo encerrou a sessão sem votar nada. “Estouramos o prazo da sessão de hoje e reabriremos nova sessão na terça-feira [hoje] em horário normal para avaliarmos requerimento e o veto a todas as emendas pelas quais lutamos”, disse. Porém, nesta segunda, o “BIH” fez longa reunião com o prefeito em negociação para voltar à base, que incluiu as emendas e também a renomeação dos “cabides de emprego”. “Estamos conversando ainda”, disse um deles às 16h27.

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