ADILSON OLIVEIRA
Especial para o VERBO ONLINE, em Embu das Artes
Um dos profissionais de imprensa mais respeitados e admirados do Brasil – nascido na Argentina -, o jornalista Ricardo Boechat, apresentador do “Jornal da Band” e da rádio BandNews FM, morreu na tarde desta segunda-feira (11), aos 66 anos, na queda de um helicóptero na saída do Rodoanel para a rodovia Anhanguera, em São Paulo – a aeronave bateu na dianteira de um caminhão que ia pela via e pegou fogo. O piloto Ronaldo Quattrucci também morreu no acidente.
Após apresentar o programa de rádio, Boechat tinha ido participar em Campinas (SP) de atividade de uma empresa sediada em São Paulo, mas com produção e logística em Embu das Artes, a Libbs Farmacêutica, que fica no Jardim Mimás. “Ele veio a um evento que a empresa faz todo ano. Este ano foi em Campinas. Ele entrevistou o dono da empresa. Com base no tema do ano”, disse uma funcionária ao VERBO. O tema central – “Faça o certo acontecer!”.
Na volta, o helicóptero caiu. “Saiu de lá e aconteceu o acidente. Foi cancelado o restante do evento por esse motivo”, contou ela, em respeito ao grande comunicador. Além de apresentador do principal telejornal da Band e do programa de rádio, Boechat era colunista da revista “IstoÉ”. Antes, trabalhou nos jornais “O Globo”, “O Dia”, “O Estado de S. Paulo” e “Jornal do Brasil”. Na década de 1990, trabalhou no “Bom Dia Brasil” e “Jornal da Globo”, da TV Globo, e no SBT.
Boechat ganhou três vezes o Prêmio Esso, um dos principais do jornalismo brasileiro. A morte do jornalista causou comoção entre colegas de trabalho e profissão, personalidades e políticos. Figuras públicas denunciadas por desvios como corrupção ou ineficiência eram os alvos preferenciais de Boechat, que fazia crítica enérgica e ao mesmo tempo sóbria, sem rompantes, o que o fez angariar credibilidade e reconhecimento entre telespectadores e ouvintes.
Filho de diplomata, Ricardo Eugênio Boechat nasceu em 13 de julho de 1952, em Buenos Aires, mas se considerava carioca. Ele começou a trabalhar ao deixar a escola, na virada de 1969 a 1970, após um período de militância no Partido Comunista em Niterói (RJ). O pai de uma amiga, diretor do “Diário de Notícias”, convidou-o. De uma nota exclusiva sobre Pelé, com a qual ganhou mais espaço no jornal, traçou trajetória para virar um nome consagrado do jornalismo.
* Reportagem atualizada para retificar local do acidente e inclusão de foto da sede da TV Band
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