ADILSON OLIVEIRA
Especial para o VERBO ONLINE, em Taboão da Serra
A Câmara de Taboão da Serra retoma as sessões ordinárias na terça-feira (5), às 10h, após o recesso parlamentar, quando são suspensas votações, audiências públicas e outras deliberações. Sob gestão do novo presidente Marcos Paulo (PPS), a volta dos trabalhos deverá ter a escolha dos membros das comissões permanentes, entre eles Moreira (PSD) para a Comissão de Redação e Justiça, como já anunciaram os opositores do prefeito Fernando Fernandes (PSDB).
Em entrevista no dia 4 de janeiro, em meio ao impasse da votação do orçamento, os seis vereadores do “BIH” (bloco independente e harmônico), ex-aliados e hoje duros críticos a Fernando, anteciparam o nome do único oposicionista declarado do governo para presidente da poderosa comissão – que tem poder de barrar projetos de lei -, em nítido gesto de confronto com o prefeito. Marcos Paulo e Eduardo Nóbrega (PSDB) ironizaram o governo sobre a escolha.
Diante de pergunta sobre o regimento da Câmara, Nóbrega disse: “Pergunta para o presidente da Comissão de Justiça”. Marcos Paulo falou: “O futuro presidente da Comissão de Justiça – vai contribuir muito com o governo – vai responder”. “Temos voto para isso”, falaram Érica Franquini e André Egydio, do PSDB dissidente. Moreira não escondeu a satisfação. “Eu agradeço aos meus pares que já estão me colocando como próximo presidente da Comissão de Justiça”, disse.
Na disputa da presidência passada, há dois anos, os governistas que saíram vitoriosos com a eleição de Joice Silva (PTB), entre eles Marcos Paulo, tiveram de abrir mão do cargo de primeiro-secretário em troca do voto de Moreira, para não entregar o comando da comissão, condição do oposicionista para o acordo. Como o prefeito rechaçava a negociação, os dois grupos da base, apesar da rivalidade pontual, obedeceram Fernando. Agora, os dissidentes respaldam Moreira.
A definição dos novos membros das comissões – nove (três vagas cada), no total – é uma das sinalizações de que os dissidentes não darão trégua ao prefeito, ao menos no início do biênio. Apesar de dizerem que irão “contribuir com o governo” com a postura, eles fazem discurso duro contra Fernando, puxado pelo próprio presidente, de temperamento forte. “Aquilo que não acontecia antes, transparência, uma Câmara aguerrida, é louvável”, afirmou Marcos Paulo.
Marcos Paulo disse que o grupo de opositores pode até crescer, ao se dizer preterido por Fernando para o comando da Câmara. “É um momento circunstancial, em virtude da frustração dos planos do prefeito para a presidência, mas a política é dinâmica. O estadista sabe que os poderes são harmônicos, o prefeito está trabalhando mais com a Justiça do que com a Câmara. Falta diálogo, ele está preferindo seus conselheiros. Estão levando o governo a bancarrota”, disse.
Na primeira sessão, os vereadores deverão ainda aprovar os nomes dos que serão homenageados na sessão solene de entrega da Medalha 19 de fevereiro, que marcará os 60 anos de Taboão – até a semana passada, a data estava em definição. Aliás, diferente dos anos anteriores em que o prefeito “controlava” a Câmara, o evento é cercado de grande expectativa, já que Fernando estará pela primeira vez diante de maioria de opositores, inclusive o próprio presidente.
A nova mesa-diretora que comandará os trabalhos do Legislativo taboanense no biênio 2019-2020 é composta pelo presidente Marcos Paulo, Carlinhos do Leme (PSDB), vice-presidente, Érica, primeira secretária, e Moreira, segundo secretário – todos opositores de Fernando. Completam a 14ª legislatura os vereadores Alex Bodinho (PPS), André, Cido (DEM), Nóbrega, Joice, Johnatan Noventa (PTB), Priscila Sampaio (PRB), Ronaldo Onishi (SD) e Rita de Cássia (PSDB).
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