Ney diz que OS da saúde sai, só ‘tendenciosos’ criticam, e questiona morte de jovem

Especial para o VERBO ONLINE

ADILSON OLIVEIRA
Especial para o VERBO ONLINE, em Embu das Artes

O prefeito Ney Santos (PRB) disse nesta quarta-feira (23) ao anunciar a reforma do secretariado à imprensa que a OS (organização social) responsável pelo atendimento de saúde em Embu das Artes “vai embora” por má gestão, apesar de dizer que só “tendenciosos” falam mal do governo, e questionou a denúncia da morte de Victória, de 13 anos, após ser atendida com bronquite na UPA Santo Eduardo. Ney se irritou ao ser indagado pelo VERBO sobre deficiências na área.

Ney
Ao lado do vice Peter (dir.), Ney anuncia troca de comando na saúde e de empresa para enfrentar caos na área

Interpelado sobre o que deu errado para a aguda reforma, principalmente na saúde, Ney, após apresentar o novo secretário da pasta, Raul Bueno, avaliou que o titular exonerado José Alberto Tarifa não se impôs e “perdeu a mão” da secretaria. “Para trabalhar com o ser humano, precisa ser bom, mas precisa se posicionar, senão as pessoas acabam confundindo humildade com moleza e atropelam, foi o que aconteceu com o Tarifa, que fez um ótimo trabalho”, disse.

Para Ney, em 2017, com medidas como a saída da antiga OS, a saúde municipal era merecedora de elogios. “Com três meses que assumimos, fizemos uma grande mudança, trocamos a empresa, contratamos mais médicos. Depois de tudo que fizemos, a saúde de Embu foi uma das melhores da região. Depois, por conta das dificuldades, dos recursos que não estavam vindo, perdeu a mão”, analisou – em contradição, admitiu que não faltou só pulso firme a Tarifa.

Ney anunciou que trocará novamente – menos de dois anos depois – a OS, a Edusa, que, porém, era a gestora em 2017. “A empresa que está aqui não fez um bom trabalho. Vai embora […]. Tem várias notificações. O contrato nem venceu, mas estamos tirando”, disse. Ele falou que abriu licitação com prazo de dez dias úteis para que outras OSs apresentem propostas. “Trocando o comando da saúde e a empresa, não tenho dúvida que vai voltar aquela gestão eficiente”, disse.

Ao perguntar, o VERBO disse que a saúde está “caótica, falta tudo, insumo, medicamentos, na opinião dos moradores”. Ney interrompeu: “Você ouviu os 300 mil habitantes? Se ouviu, é um super-herói”. Um repórter falou em amostragem. “Mas vocês fizeram pesquisa?”, disse Ney. O repórter disse que não precisava, que muitos munícipes estão reclamando na internet. A reportagem lembrou as mortes do bebê de R.D., 17, e de Victória, denunciadas como negligência.

Ney tratou os casos como corriqueiros. “Não é só em Embu que morreu gente, no Brasil, na região morre gente todos os dias. Eu não sou médico, coloco um médico para trabalhar, acreditando que é um profissional. Agora, você pegou o laudo dessas pessoas para saber se foi negligência médica?”, interpelou de novo. “Fiz o que precisava ser feito, no falecimento dessa pessoa [Victória], mandei abrir sindicância, está sendo acompanhado o caso, passo a passo”, disse.

O médico que atendeu Victória, o boliviano Waldo Muriel, é acusado de envolvimento em um esquema de corrupção na secretaria que seria encabeçado pela secretária-adjunta Maria Serrano, denunciada. Ney foi questionado se mesmo com a nova OS os atuais médicos ficarão. Primeiro, ele disse que “alguns” podem continuar. Depois, determinou ao novo secretário acompanhamento “minucioso” para não “trocar a empresa e contratar os mesmos profissionais”.

Ney disse que a opinião da população sobre o governo muda toda hora. “O povo está aprovando. Daqui a pouco, não gosta mais. Eu desafio, pode abrir a rede social, se tem mais que dez pessoas tendenciosas [contra a gestão]. A maioria dos que batem são tendenciosos. Porque pediram cargo, tiveram privilégio no governo anterior e não estão tendo agora. A maioria das pessoas de bem não está batendo, vê o nosso esforço em fazer um bom trabalho”, afirmou.

VERBO perguntou ainda em quanto tempo a saúde terá melhora significativa. “A empresa [OS a ser contratada] tem um ‘time’ para execução do projeto. Claro, a mudança começa desde o início, [mas] creio que no máximo em 60, 90 dias vai ter uma mudança totalmente positiva”, afirmou Ney. Em tom descontraído, mas revelador do quadro, o vice-prefeito Peter Calderoni, médico, disse ao secretário que terá tarefa árdua. “Não sei se falo parabéns ou meus pêsames”, disse.

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