ADILSON OLIVEIRA
Especial para o VERBO ONLINE, em Embu das Artes
GABRIEL BINHO
Especial para o VERBO ONLINE, em Taboão da Serra
O ex-secretário de Serviços Urbanos de Embu das Artes Léo Novais publicou na sexta-feira (18) uma mensagem em que falou sobre a saída do cargo e agradeceu várias pessoas, menos o prefeito Ney Santos (PRB). Antes uma das peças-chave do governo, Léo passou a ser “esquecido” ao deixar de ser candidato a deputado federal de Ney e foi demitido pelo prefeito na quarta-feira (16). Já exonerado, ele foi flagrado pelo VERBO em uma padaria em Taboão da Serra.
Léo se tornou uma pessoa de confiança de Ney antes ainda da eleição. Ele presenciou Ney contar a um ex-assessor que teve a campanha a prefeito financiada, “em boa parte”, por um membro de facção criminosa que age dentro e fora dos presídios, no valor de pelo menos R$ 12 milhões. Com Ney eleito, Léo virou secretário e ocupou o cargo mesmo após anunciado que se afastaria por causa da candidatura. Ele ficou e usou a estrutura da pasta até desistir de concorrer.
Fora dos planos eleitorais de Ney, Léo foi perdendo credibilidade e espaço na secretaria. Era cobrado em público por moradores sobre pedidos de serviços feitos há semanas e não executados. O chefe-de-gabinete de Ney, pastor Marcos Roberto, cogitado para o cargo, era quem mandava na pasta e deixava Léo como secretário figurativo. Nos últimos meses, vereadores apareciam nas redes sociais providenciando limpeza de ruas, como se o secretário fosse inoperante.
Na mensagem, Léo transparece contrariedade com a exoneração ao não citar Ney, quem o nomeou para o cargo. “Foram 2 anos de muito trabalho, fazendo o possível e o impossível para dar o melhor para nossa população. À frente da Secretaria de Serviços Urbanos, tive o privilégio de trabalhar ao lado de grandes profissionais que dão seu sangue e suor em prol da nossa cidade e é com carinho que guardarei cada um de vocês em meu coração”, disse no Facebook.
“Quero agradecer a todos que estiveram do meu lado nessa fase tão importante da minha vida, meus amigos e companheiros de trabalho da prefeitura de Embu das Artes, agradecer também a todos os vereadores que vêm desempenhando grandemente seus mandatos, agradeço ao companheirismo de todos os secretários que vêm lutando a cada dia para o melhor da cidade, agradeço a cada liderança, seja ela religiosa ou do bairro”, continuou Léo.
Léo agradeceu também “cada cidadão da cidade de Embu das Artes que confiou e me apoiou nessa empreitada”. Ele chegou a dizer que, “em especial gostaria de agradecer também a confiança a mim depositada, que me proporcionou a possibilidade de estar nessa função”, mas também não citou o prefeito. Um apoiador notou o desagrado. “E o Ney percebi que você não falou nada dele, meu amigo”, comentou José Barbosa na postagem, em meio a gargalhada.
Ney exonerou Léo como início da reforma administrativa após dois anos de governo mal avaliado pela população. Nos bastidores, porém, a exoneração era gestada diante da decisão de Ney de lançar licitação para o transporte ser vista como rompimento com a Transartes, que opera na cidade – Léo é dono da empresa. “Ele não queria sair, o cara gastou, comprou máquina do bolso. Léo viu que eles queriam matar ele [politicamente] no ninho”, disse um interlocutor.
No sábado (19), Léo foi à padaria Belas Artes na rodovia Régis Bittencourt, no Jardim Salete, em Taboão – de camiseta e boné, para não ser reconhecido. Ele teria ido se encontrar com alguém. Ao ver a reportagem, ele começou a falar ao celular e saiu. Ele retornou, mas continuou ao telefone e pediu uma pizza para viagem. Em seguida, o garçom tirou três pratos de mesa próxima. Ele logo foi embora. O VERBO contatou Léo mais de uma vez desde quarta. Ele não atendeu.
> MENSAGEM DE LÉO NOVAIS DE DESPEDIDA AO SER DEMITIDO DA SECRETARIA DE SERVIÇOS URBANOS
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