ADILSON OLIVEIRA
Especial para o VERBO ONLINE, em Embu das Artes
O prefeito Ney Santos (PRB) exonerou no fim da tarde desta terça-feira (22) a secretária de Desenvolvimento Social, Roberta Santos, a pedido da agente pública, por motivo de saúde. Ela, que pediu o desligamento no dia de ontem, aproveitou a reforma administrativa iniciada pelo prefeito na semana passada para deixar o cargo para ter mais tempo para se tratar contra um câncer. Roberta é assistente social concursada e continua na prefeitura exercendo a profissão.
Roberta era secretária de Assistência Social, então nome da pasta, desde a gestão Chico Brito (ex-PT), em 2014, quando a então primeira-dama Daniela Brito deixou o posto. Em maio de 2016, no início do governo interino de Michel Temer (MDB), na inauguração de um Cras, ela pediu “continuidade” dos programas sociais ao criticar a “revisão do Bolsa Família” com uma das primeiras medidas anunciadas pelo ministro Osmar Terra – hoje no governo Bolsonaro (PSL).
Apesar de reprovar a política do então novo governo, Roberta apoiava em Embu postulantes à prefeitura e à Câmara do grupo político responsável pelas medidas que criticava. Ela não via contradição. “Eu sou assistente social, defensora de uma política pública de assistência social. Não trabalho com partidos políticos. Uma coisa é totalmente diferente da outra. Sou contra a saída [impeachment] da Dilma [Rousseff], continuo achando que foi um golpe”, disse ao VERBO.
Roberta apoiava o então pré-candidato Ney, que defendia o impeachment de Dilma. “Ney Santos, meu candidato a prefeito, sim, mas não entendo que uma coisa tem a ver com a outra”, disse. Indagada sobre ter berço político no PT, ela rejeitou ser incoerente. “Haveria se eu estivesse no Partido dos Trabalhadores. Não estou mais”, disse, já desfiliada. Com Ney eleito, foi mantida no cargo e durante os dois anos. Em outubro de 2017, chegou a acumular a Pró-Habitação.
“Eu pedi exoneração para cuidar da minha saúde, passei por uma cirurgia recente, contra um câncer. Como o prefeito está fazendo uma reestruturação administrativa, achei que era hora de tomar essa decisão e cuidar um pouco de mim”, disse Roberta ao VERBO. Ela lembrou que, como assistente social concursada, trabalha 30 horas por semana. “Vou continuar trabalhando, dessa forma vou poder continuar meu tratamento. Secretário trabalha 24 horas por dia”, disse.
Roberta confirmou ter pedido, formalmente, a saída do comando da secretaria nesta segunda-feira, mas só deixou a pasta oficialmente hoje, ao ser recebido pelo prefeito – que assinou a exoneração às 18h. “Eu preenchi ontem, mas não consegui falar com ele. Só hoje”, disse à reportagem. Ela é a segunda a deixar o governo Ney, após desligamento de Léo Novais (Serviços Urbanos), que foi demitido. Ney deve anunciar quem substituirá Roberta nesta quarta-feira (23).
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