Hugo falar que devolve recurso e para saúde é ‘pura promoção pessoal’, afirma André

Especial para o VERBO ONLINE

RÔMULO FERREIRA
Reportagem do VERBO ONLINE, em Embu das Artes

O vereador André Maestri (PTB) disse que o presidente reeleito da Câmara de Embu das Artes, Hugo Prado (PSB), depois de aprovar o corte de R$ 16 milhões no orçamento para a saúde neste ano, faz “média” com a população ao anunciar, com apresentação de um cheque, a “economia” que teria feito à frente do Legislativo e que engana os embuenses ao dizer que o recurso devolvido será dirigido à saúde. “É pura promoção pessoal e balela”, declarou André.

André Maestri (PTB)
André, que diz que Hugo endossou corte de R$ 16 milhões da saúde e falar que verba é para saúde é ‘balela’

Hugo divulgou um dia depois do Natal, em 26 de dezembro, estar devolvendo R$ 1.280.000 economizados durante 2018 na Câmara, “para serem investidos na saúde pública da nossa cidade”. “Conseguimos implantar uma verdadeira gestão eficiente que enxugou gastos, cortou cargos comissionados, renegociou contratos e gerou uma economia, que possibilitará a maior devolução de dinheiro já feita na história do Poder Legislativo da nossa cidade”, anunciou.

André observa que a gestão Ney Santos (PRB) “nunca pagou o percentual que é obrigada a repassar” (6%) e nunca fez os repasses à Câmara “em dia”. Ney, que vem atrasando frequentemente o salário dos servidores, deixou de pagar em dia a primeira parcela do 13º salário, em julho, em flagrante descontrole das finanças do Executivo. A “luz amarela” acendeu, justamente, quando funcionários da Câmara deixaram de receber no dia 20 de julho, como em todos os anos.

“Os repasses são feitos mensalmente [pela prefeitura] à Câmara. Com certeza, esse dinheiro não foi gasto porque, em certo momento, não estava em caixa, essa devolução foi algum atraso que resultou nessa sobra, e obrigatoriamente tem que devolver, não pode ficar com esse dinheiro na Câmara, não é um dinheiro que se pode deixar em caixa. Dizer que economizou desde o começo do ano é balela”, disse André, atuante na fiscalização do Executivo, ao VERBO.

André questiona, com veemência, que o recurso devolvido por Hugo será direcionado diretamente para a saúde. “Todo dinheiro que retorna para a prefeitura não vai destinado para secretaria alguma. Para destinarem esse valor [para a área], eles [vereadores governistas] tinham que ter aprovado uma emenda, ampliando principalmente o orçamento para a pasta. Ao contrário, eles aceitaram a redução dos R$ 16 milhões [pelo prefeito], ficaram quietos”, afirmou.

“E agora vem fazer ‘média’ com a população, querendo dizer que está destinando essa quantia para a saúde. É pura promoção pessoal. Infelizmente, a maioria das pessoas não entende como funciona a questão dos repasses, o dinheiro que vem para a Câmara é o que vai para outras secretarias. Eu o desafio a provar que esse recurso já está destinado para a saúde, que já existe ficha inclusive [na prefeitura] com esse valor para que seja aplicado”, completou André.

André criticou Hugo por não cumprir o convênio médico aprovado para os servidores da Câmara. O vereador acusa que Ney não previu maior aporte financeiro para que o Legislativo possa oferecer plano de saúde aos funcionários. A lei (2.970), assinada em 10 de julho do ano retrasado, diz que o benefício poderá ser pago, “em parte, pela Câmara Municipal, havendo disponibilidade orçamentária, conforme percentual estipulado em ato da Mesa [presidência]”.

“Dificilmente, eles vão conseguir fazer. Se fizerem, vão tirar do bolso dos funcionários, a prefeitura não tem recurso para destinar a isso, tanto que no próprio orçamento não tinha nenhuma ficha [dotação], eu estudei detalhadamente o orçamento. O que tinha lá, de maneira absurda, era a redução de R$ 16 milhões. Sinal de que a lei do convênio foi mais um projeto sem planejamento”, afirmou André. Avesso ao jornalismo independente, Hugo não fala com o VERBO.

> Compartilhe pela fanpage do VERBO ONLINE

comentários

>