Opositores acusam ‘golpe’ de Fernando; Joice não acata recurso e interrompe sessão

Especial para o VERBO ONLINE

ADILSON OLIVEIRA
Especial para o VERBO ONLINE, em Taboão da Serra

Em ato inusitado, em mais um capítulo da tensa e conturbada votação do orçamento de Taboão da Serra, a presidente da Câmara, Joice Silva (PTB), suspendeu na noite deste domingo (30), às 21h, o sexto dia de sessão e abandonou o plenário sob protesto dos vereadores opositores do prefeito Fernando Fernandes (PSDB), que são maioria na Casa – sete de 13. Joice, que foi chamada de “ditadora”, interrompeu os trabalhos sem a votação de nenhuma nova emenda.

Sob pressão dos opositores
Sob pressão dos opositores, chamada de “ditadora”, Joice deixa plenário após suspender bruscamente a sessão

Duas únicas emendas – de 11 – foram votadas e aprovadas no sábado (29), a que concede vale-refeição aos servidores municipais e a que estabelece aumento salarial também ao funcionalismo. Votaram a favor os sete, Eduardo Nóbrega (PSDB), Marcos Paulo (PPS), André Egydio (PSDB), Carlinhos do Leme (PSDB), Érica Franquini (PSDB), Alex Bodinho (PPS) e Moreira (PSD). Foram contra Ronaldo Onishi (SD), Cido (DEM), Priscila Sampaio (PRB) e Rita de Cássia (PSDB).

Joice marcou a volta da sessão às 14h deste domingo. Na retomada, que ocorreu só às 17h47, ela disse ter recebido dois mandados judiciais, um para que os vereadores “abstenham-se de considerar encerrada a sessão sem apreciação e votação da lei orçamentária” e “não sendo concluída a votação até 31 de dezembro não seja dada a posse à nova composição da mesa-diretora da Casa, permanecendo competente para […] condução da votação o atual presidente”.

Os opositores se revoltaram. Nóbrega apontou manobra, inclusive na volta aos trabalhos. “A sessão estava marcada às 14, mas, por um problema com o filho da vereadora Priscila Sampaio, a presidente pediu para prorrogar por 1 hora e 20. […] Nesse período, coincidentemente, chegou uma ordem judicial, lida pela presidente. Tem mais alguma ordem ou só essa, presidente?”, ironizou. “O prefeito acabou de impetrar mais um mandado de segurança”, acusou Nóbrega.

“Isso porque ele está dizendo que vai dar aumento para o funcionário público, […] mas entra na Justiça com mandados e mandados de segurança para que ninguém consiga votar aqui as emendas. Mas o povo está vendo quem está votando ‘sim’ [a favor do funcionalismo] e quem está votando contra. Apesar do mandado que o prefeito impetrou, não muda nada, vamos continuar votando todas as emendas, uma a uma, e vamos aprovar ainda o bilhete único”, afirmou.

Nóbrega indicou ainda que Fernando impetrou espécie de “golpe” por ter Joice como aliada contra as modificações ao orçamento. “O prefeito está morrendo de medo de que o Paulinho assuma a presidência, tentando uma repescagem – na eleição [da mesa-diretora] já tomou ‘pau’. Por que o prefeito faz tanta questão que seja a Joice a conduzir a votação? Será que a Joice é a favor as emendas? Acabou, não tem mais acordo aqui, agora é a verdade nua e crua”, discursou.

Marcos Paulo acusou Joice de não recorrer e querer se manter como presidente até a votação do orçamento, além de atacar o outra ordem judicial que aponta que os opositores se ausentaram da sessão. “Vai ficar muito claro esse desejo da vereadora Joice Silva de ficar na cadeira, [o discurso de] ‘cumprir a decisão judicial, porque sou uma coitadinha’, não vai pegar. E quero que notifique a Procuradoria da Casa para dizer se eu faltei a alguma sessão. Eu não faltei”, disse.

Após acusações mútuas de obstrução, Joice foi cobrada por Nóbrega a apreciar o recurso à decisão de barrar votação em destaque, mas disse não ter recebido pedido por escrito. Ao não poder apresentar após preparar o recurso, ele disse que Joice “agiu com traição”. Ela disse não estar sendo respeitada e bruscamente suspendeu a sessão até 10h desta segunda, sob gritos de “ditadora”. Joice foi à delegacia registrar boletim de ocorrência ao alegar ter sido ofendida.

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