Sem CNH, Renato, assessor de Ney, é parado pela PM e liberado após prefeito ajudar

Especial para o VERBO ONLINE

ADILSON OLIVEIRA
Especial para o VERBO ONLINE, no Itatuba, em Embu das Artes

O assessor do prefeito Ney Santos (PRB) Renato Oliveira foi parado pela Polícia Militar ao trafegar pela estrada Dona Maria José Ferraz Prado no sábado (15) quando se dirigia para a inauguração da creche no Itatuba, por não portar CNH (Carteira Nacional de Habilitação). Ele teve de encostar a caminhonete que conduzia ao ser abordado e permanecer na presença dos PMs até a chegada de uma pessoa “ilustre” a quem recorreu. Renato só foi liberado após “ajuda” de Ney.

Após ser parado pela PM, Renato, ao lado de Bruno, recebe 'ajuda' de Ney para ter caminhonete liberada
Após ser parado pela PM ao dirigir caminhonete sem carteira, Renato recebe ‘ajuda’ de Ney para ser liberado
Renato
Ney (de costas) com Renato e Bruno ao falar com PMs; Ney e Renato em inauguração após constrangimento
Caminhonete
Caminhonete dirigida por Renato estacionada ao lado de palco de inauguração após ser liberada pelo prefeito

VERBO, que se dirigia à inauguração, viu e acompanhou, a distância, a abordagem dos PMs da viatura M 36339. A reportagem passou pelo local às 10h40, quando o carro branco placa FRK 2127 já estava estacionado no acostamento e Renato, afastado do veículo, o que indica que foi parado por volta de 10h30 ou até antes – a cerimônia estava marcada para 10h. Ele estava com Bruno Nascimento, comissionado do governo que atua como segurança de Ney e assessores.

Por volta de 10h50, Ney chegou ao local de carro oficial e foi falar com os PMs. Diante de Ney, Renato gesticulava, como se levasse uma reprimenda. Rapidamente, ele foi liberado. Às 11h05, Ney chegou à creche para inauguração. Atrás, Renato, que estava sério. A caminhonete foi parada próxima ao palco. Os moradores que chegaram para a cerimônia tiveram que aguentar atraso ainda maior por causa da infração de trânsito do assessor do prefeito – sob sol forte.

Membros do governo demonstravam irritação e constrangimento com a “irresponsabilidade” do assessor de Ney. Ainda na cerimônia, o VERBO apurou que Ney foi “socorrer” Renato por estar sem habilitação – por estourar pontuação, acúmulo de infrações. Ao final da inauguração, uma hora e meia após o fato, Ney foi questionado pela reportagem sobre ter ficado “no meio do caminho”. Ele disse que parou para ajudar “um amigo”, mas quis despistar sobre Renato.

“Não é que ficou [fiquei] no meio do caminho, eu estava em outras ações no município, passei, tinha um amigo com dificuldade. Eu parei para ajudar, por isso acabou [acabei] chegando às 11h. Mas é de praxe atrasar um pouco nessas inaugurações”, afirmou Ney. A reportagem questionou se era alguém do seu governo. “Não, não, é uma situação particular que não vem ao caso”, disse o prefeito. Constrangido, ele sorriu e falou que o repórter “pergunta demais”.

Procurado pelo VERBO, o comandante da PM da área estranhou o assessor ter recorrido ao prefeito. “Era só chamar alguém habilitado”, disse o capitão Lorusso. Depois, ele informou que no relatório “consta a abordagem ao veículo, o qual está em ordem, sendo após liberado para o cidadão habilitado, no caso Claudinei Alves dos Santos [Ney]”. “As duas pessoas na caminhonete estavam sem CNH, os policiais aguardavam alguém habilitado para conduzir o veículo”, disse.

Renato é denunciado, com o segurança pessoal Lenon Roque, pelo Ministério Público por tentativa de homicídio triplamente qualificado por atropelar e ferir o repórter e chargista do VERBO Gabriel Binho de moto na rodovia Régis Bittencourt, há quase um ano – completa-se dia 28 de dezembro. Ele dirigia o i30 no qual vigiou Binho no centro de Embu e o perseguiu até o derrubar na BR-116. O processo segue. Procurado sobre a abordagem policial, ele silenciou.

> Compartilhe pela fanpage do VERBO ONLINE

comentários

>