Bobilel diz que fila na UBS Fátima é culpa da adjunta Serrano e expõe mentira de Ney

Especial para o VERBO ONLINE

RÔMULO FERREIRA
Reportagem do VERBO ONLINE, em Embu das Artes

Em uma saia-justa na base de apoio ao prefeito Ney Santos (PRB), o vereador Bobilel Castilho (PSC) repudiou na sessão na quarta-feira (7) a postura da secretária-adjunta de Saúde, Maria Serrano, de humilhação aos servidores da prefeitura ao rebater o colega governista Ricardo Almeida (PRB) por elogiar a auxiliar da pasta. Bobilel disse ainda que o caos da fila imensa na UBS Nossa Senhora de Fátima foi culpa de Serrano, e acabou expondo que Ney falou uma mentira.

Secretária-adjunta
Maria Serrano entre os então candidatos Hugo Prado e Ely Santos; Bobilel, que repudiou a secretária-adjunta
NEy
Ney, que foi desmentido sobre fila na UBS Jd. Fátima; Maria Serrano tenta se esconder de fotógrafo do VERBO

Com quase duas horas de sessão, Bobilel discursava que uma pessoa com dor de cabeça que procura um pronto-socorro “está tomando a vaga” de um paciente com quadro grave, quando ponderou que não estava falando “que tudo o governo faz é certo” e se fizesse errado ia apontar. “Como falei da Maria Serrano. Como falei que a culpa [pela fila enorme] da UBS é dela. Não estou nem aí se amanhã alguém vier falar comigo. O que tiver de falar, eu falo”, disse.

Ricardo teve concedido aparte e saiu em defesa de Serrano. “O senhor citou o nome da Maria, mas vou ser sincero ao senhor, graças ao braço forte e determinação dela que no PS Central as coisas estão andando. Às vezes, se não engrossar a voz e não ir para cima, as coisas relaxam. […] Tem que criticar quem merece, no caso dela não acho justo. Ela tem estado no posto até meia-noite, ontem estava no PS às 9 da noite, colocando os médicos para trabalhar”, disse.

Bobilel se irritou com a intervenção do colega e mirou Serrano. “Vereador, quando for fazer elogio a quem estou criticando, use a palavra do senhor e a elogie. O senhor está defendendo essa pessoa, mas não sabe que eu, como presidente da Comissão da Saúde, fui lá ouvir os funcionários [da UBS Fátima], e ela os humilhou. O senhor não estava lá. Mandei convite, mas o senhor não fez questão nem de me responder nem de ir lá ouvir os funcionários”, disparou.

Ricardo pediu de novo a palavra, mas Bobilel negou e engrossou contra a adjunta. “Eu não dou mais aparte, se inscreva e fale [depois]. O senhor está defendendo ela, mas não foi lá. E não foi na delegacia ver quantos BOs tem contra ela por desacato [assédio moral]. É incrível, é o primeiro vereador que vejo falar bem da Maria é o senhor. Estive lá, os vereadores Índio [Silva], Joãozinho [da Farmácia] e Daniboy também e viram como ela humilha os funcionários”, disse.

Bobilel dissecou mais a auxiliar do secretário José Alberto Tarifa. “Faça uma reunião, convoque os funcionários e veja como ela os trata, chamando de merda, de bosta. E outra, eu não queria falar, mas vou falar: eu tenho um áudio aqui, de ontem na Secretaria de Saúde, e ela gritando e humilhando os funcionários. Agora é fácil elogiar ela. Eu não elogio! Eu repudio a ação dela, para mim é uma péssima funcionária, que quer mandar mais que o secretário”, reagiu.

Bobilel disse ainda que Serrano chama as pessoas de “burra” e “abre a comida do PS”. Ele concordou com o colega que tem que chamar atenção dos funcionários. “Mas para cobrar, tem que saber. Cadê que assume o erro [da marcação de consultas na UBS] do Fátima. Não, vai pegar outro para Cristo, aí é fácil. Cobrança é muito boa desde que se respeite. O Daniboy foi lá e viu: as pessoas [servidores] choravam e pediam pelo amor de Deus para a gente não gravar”, contou.

Ao revelação de Bobilel de que Serrano é culpada pela forma de marcação de consultas que gerou revolta de pacientes da UBS Fátima mostrou que Ney mentiu. Ouvido sobre a fila de agendamento, Ney disse que o problema foi “pontual” e “pegou para Cristo” o diretor da UBS, Alex Bastos. Ele não apontou nenhuma culpa da adjunta – Ney é “chegado” a Serrano e já deu ouvidos a ela para demitir Tarifa. Só não demitiu por não ter outro profissional para pôr no lugar.

“O diretor, numa atitude errônea, acabou tomando a decisão de mudar o horário de marcação de consulta. Ou seja, o pessoal começou a chegar às 10, e ele só começou a marcar após as 14h. Foi um problema pontual daquela unidade, o gerente, infelizmente, foi inconsequente e mudou o funcionamento por conta própria. Já determinei ao secretário hoje [dia 1º] que troque toda a direção, um erro do gerente acabou causando uma grande polêmica na cidade”, alegou Ney.

Há quase três meses, no dia 20 de agosto, Serrano prestou depoimento na Delegacia de Embu por cerca de três horas. Além de denunciada por assédio moral por funcionários, ela é acusada de receber dinheiro de médicos em troca de trabalho na rede municipal de saúde e alterar folhas de ponto para ficar com parte do pagamento. Procurada pelo VERBO à época, ela não se pronunciou. Na delegacia, policiais não quiseram informar sobre a presença de Serrano.

O VERBO contatou a Secretaria Estadual de Segurança, que enviou uma nota ao portal. “A secretária adjunta esteve na segunda-feira (20), na Unidade Policial de Embu das Artes, para prestar esclarecimentos após denúncia encaminhada pelo Ministério Público sobre supostas irregularidades ocorridas na Secretária da Saúde municipal. O fato está em apuração pela Polícia Civil e mais informações não podem ser divulgadas para não atrapalhar as investigações”, disse.

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