ADILSON OLIVEIRA
Especial para o VERBO ONLINE, em Taboão da Serra e Embu das Artes
O prefeito Ney Santos (PRB) recebeu nas urnas a resposta de reprovação da população de Embu das Artes pela má gestão que realiza com a derrota dos candidatos que lançou – a própria irmã Ely Santos (PRB) e Hugo Prado (PSB), a deputada federal e deputado estadual, respectivamente -, conforme previu o prefeito de Taboão da Serra, Fernando Fernandes (PSDB). Antes aliados, os vizinhos romperam publicamente após Ney “se meter” na política taboanense.

Na inauguração de comitê da irmã em Taboão, no dia 25 de agosto, Ney anunciou a investida na cidade vizinha. “Escuta bem o que vou falar para vocês que são de Taboão da Serra. Deste projeto, vai sair uma deputada federal. Pode escrever o que estou falando. Deste projeto vai sair o presidente da Câmara de Taboão da Serra do próximo mandato. E o mais importante, é deste projeto que vai sair o próximo prefeito de Taboão. O povo clama por mudança”, discursou.
Nem o “dever de casa”, porém, foi feito. Com a empáfia de votação até “recorde” na região, Ely e Hugo fracassaram mesmo com Ney como cabo eleitoral – ele se afastou da prefeitura por mais de 30 dias para atuar nas campanhas. Em análise mais ouvida, com o governo rejeitado, ao criar a taxa de lixo e ofertar saúde precária, entre outras deficiências, Ney “contaminou” os candidatos, além de ter arranjado briga com Fernando, e teve a “resposta” popular no voto.
Nem a máquina da gestão Ney em peso surtiu efeito. Hugo, da coligação PSB-PSC-PPS-PTB-PV, teve insuficientes 46.757 votos e ficou só com a quinta suplência. Presidente da Câmara – que pretendia deixar o mandato de vereador pela metade -, teve na região 27.697 votos (59,2% do total). Em Embu, obteve pífios 16.655 votos (35,6%). Em Taboão, com apoio de cinco vereadores e cinco suplentes (que representavam 29 mil votos), recebeu só 20% dos votos deles: 5.830.
Chamada de “poste” por não ter militância política e ser colocada por Ney como candidato-tampão após a desistência de Léo Novais (PR), Ely teve apenas 49.426 votos e ficou como segunda suplente – o grupo de Ney alardeava que teria 120 mil votos. Na região, ela obteve 32.729, 66,2%, mas em Embu amargou desastrosa marca de 15.400 (31,2%), menos ainda do que Hugo, em prova cabal de rejeição ao irmão como prefeito. Em Taboão não teve nem 10 mil (9.908 votos).
No dia 7 de setembro, a um mês do pleito, Fernando criticou Ney por se licenciar da gestão para pedir voto em Ely enquanto Embu “está muito mal cuidada”, e disse que os embuenses já achavam a atitude um grande erro. “Absurdo. É mais importante o governo ou a eleição? Largar a prefeitura, me perdoe, não é uma atitude para se vangloriar. […] Ah, eles [moradores] já pensam. Pergunte a eles. As urnas vão dizer o que o morador de Embu pensa”, disse o tucano.
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