ALCEU LIMA
Especial para o VERBO ONLINE, em Embu das Artes
Enquanto pessoas contratadas para balançar bandeira da candidata a deputada federal Ely Santos (PRB) durante a campanha protestavam e até imploravam para receber pelo trabalho, os coordenadores da candidatura da irmã do prefeito Ney Santos (PRB), Jones Donizette e Renato Oliveira, assessores de Ney, usufruíam tranquilamente de atrativos de uma cidade de grande apelo turístico, no interior de Goiás, visitada por ser a maior estância hidrotermal do mundo.
Na semana passada, após as eleições de 7 de outubro, com Ely e Hugo Prado (PSB), o outro candidato (a deputado estadual) lançado por Ney, derrotados nas urnas, cabos eleitorais reclamaram por áudio em uma rede social do não pagamento por parte da campanha de Ely, com Jones como alvo. “Ainda vai querer vir ‘cantando de galo’, humilhando os outros, porque só isso que ele sabe fazer. Agora, pagar certinho, direitinho, não né?”, criticou uma contratada.
“No sábado, o Leandro [da coordenação] falou: ‘Gente, o combinado é dia 8, o combinado não foi dia 5’. Nós ‘engoliu’ seco, esperamos até segunda. Cadê o resto do pagamento, Jones? Agora, chamar ‘nós’ de sem caráter, você sabe né?”, dispara. Uma colega se recusa a esperar mais. “E outra, não vem pedir com educação, a gente sabe que você não é assim, você já humilhou a gente uma vez. Só que agora não pode, quem está devendo para gente é você”, disparou.
Jones, constrangido, tentou apaziguar os ânimos ao responder no grupo de rede social e disse que até o início da tarde da quinta-feira (11) resolveria as pendências. Uma outra cabo eleitoral voltou, porém, a reclamar. “Por que você não faz isso hoje? Paga ‘nós’ hoje [dia 10] que está sem receber, só esse pouquinho de gente. Paga ‘nós’ hoje na mão, né, por que tem que ser amanhã? Paga ‘nós’, marca com ‘nós’ hoje à noite no comitê lá e paga a gente”, cobrou a mulher.
Após o VERBO noticiar o calote acusado pelas cabos eleitorais, Jones disse que era “fake news”, mas foi rechaçado. “Agora isso é ‘fake’. ‘Fikar’ devendo as pessoas agora é ‘fake’. Calote agora mudou de nome. É bom marcar logo quando forem pagar as pessoas, porque eu também estou inclusa nesse calote”, disse Eliane Suman. Ney chegou a enviar a este portal uma mensagem de áudio em que, irritado, com linguajar “marginal”, atacou os jornalistas com xingamentos.
Mas Ney também foi desmentido por outra mulher que disse ter trabalhado na campanha e ainda não tinha recebido “salário”, publicamente, durante “live” em que falou sobre a derrota dos candidatos em quem apostou. “Parabéns aos dois, mas trabalhei na eleição e meu salário não caiu ainda”, reclamou Deborah Reis. Diante da repercussão do fato, com compartilhamento da notícia, dias depois surgiram mais pessoas protestando contra Ney pelo não pagamento.
Em comentário na página do VERBO, uma leitora avisou que Ney deu o “golpe” também fora da região. “Deu calote em Osasco e Carapicuíba também”, disse. Uma ex-cabo eleitoral revelou que Ney não honra compromissos direito não é de hoje. “Muita cara de pau, na campanha de deputado dele em 2010, ele ficou devendo a segunda parte do pagamento, e só pagou 2 anos depois, isso porque ia sair a vereador senão o calote estaria aí até hoje”, comentou Joana Leão.
Apesar de vários cabos eleitorais não verem a cor do dinheiro, Jones e Renato estavam no início da semana em que prometeram o pagamento aproveitando as belezas de Caldas Novas, até ostentaram em fotos estarem, com outras pessoas da campanha e amigos, curtindo piscina – de águas quentes – de parque aquático, sorridentes. Procurado, Renato, contrariado, xingou a reportagem. Jones calou. Ele chegou a dizer que não pagou por problema no banco.
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