Vou informar França que Ney traiu compromisso de apoio ao candidato, diz assessor

Especial para o VERBO ONLINE

RÔMULO FERREIRA
Reportagem do VERBO ONLINE, em Embu das Artes
ADILSON OLIVEIRA

Especial para o VERBO ONLINE, em Embu das Artes

Um assessor do governador e candidato à reeleição Márcio França (PSB) sondou nesta quarta-feira (17) a posição do prefeito Ney Santos (PSB) no segundo turno na eleição para o governo de São Paulo e disse que vai comunicar França que Ney traiu o compromisso de apoio ao pessebista ao orientar o “pessoal da prefeitura” para apoiar e votar no adversário João Doria (PSDB). Após o primeiro turno, assessores diretos de Ney passaram a defender o voto em Doria.

Ney com Doria quando o tucano era prefeito de SP; França
Ney com Doria quando o tucano era prefeito de São Paulo; França em ato de campanha em Embu há 40 dias
França entre Jones e pastor Marco
França entre Jones e pastor Marco; auxiliares de Ney apoiam Doria; assessor de França questiona ato de Ney

Entre os homens mais próximos a Ney, os coordenadores da campanha da candidata a deputada federal Ely Santos (PRB), irmã de Ney, e do candidato a deputado estadual, Hugo Prado (PSB) – não eleitos -, Jones Donizette e Renato Oliveira, que eram secretário e adjunto de Comunicação de Ney, ostentam nome e número de Doria nas redes sociais. Há 40 dias, Jones chegou a ocupar palanque de França e anunciou o “próximo governador de São Paulo” em Embu.

No ato, após fala de Jones, Hugo, presidente da Câmara, chegou também a dizer em discurso inflamado que Doria esteve na região – em Taboão da Serra, em junho, ainda na pré-campanha – e repetiu a promessa do então governador Geraldo Alckmin (PSDB) de construir estação de metrô em Taboão, quando disse que Doria é “mentiroso”. O chefe-de-gabinete de Ney, pastor Marco Roberto, disse a França que podia contar com “exército nas ruas” liderado pelo prefeito.

Apesar de licenciado da prefeitura, Ney gravou em áudio, na noite anterior ao ato, um chamado – revelado pelo VERBO – para o evento. Em convocação aos comissionados mediante “pressão”, interessado em saber o motivo de eventuais ausências, ele não escondeu que o evento era para favorecer o candidato a deputado estadual que lançou. “É um momento importante para a candidatura do Hugo. […] Quem não for, por favor, quero saber a justificativa”, falou.

França foi recebido no sítio onde o grupo de Ney fazia as reuniões políticas por mais de 500 apoiadores de Hugo, quase todos servidores de indicação política de Ney – vários secretários. “Esta é a festa mais linda que eu já vi em São Paulo. Está tudo lotado”, disse França, que agradeceu, mas não citou o nome de Ney, porém elogiou o braço direito de Ney. “Quero agradecer muito ao prefeito, agradecer ao pastor, que sei que se esforçou muito para isso dar certo”, disse.

O VERBO questionou Ney sobre ter chamado servidores para apoiar França e agora no segundo turno orientar a votar em Doria, se não era incoerente e ingrato após alardear que França mandou muitos recursos para Embu. Ele calou. O auxiliar de França reprovou a postura. “Ele estava apoiando a gente. Do nada, pelo que me foi passado, ele orientou o pessoal da prefeitura a apoiar o Doria. Vou comunicar o Márcio”, disse o assessor, que preferiu não ter o nome citado.

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