ADILSON OLIVEIRA
Especial para o VERBO ONLINE, em Embu das Artes
O coordenador-geral da candidata a deputada federal derrotada Ely Santos (PRB), Jones Donizette, negou nesta quinta-feira (11) que tenha maltratado pessoas contratadas para trabalhar na campanha de Ely, irmã do prefeito Ney Santos (PRB). Ex-secretário de Comunicação de Ney, Jones disse que é de família humilde, já foi trabalhador braçal e nunca teria “condições de humilhar ninguém nesta vida”. Apesar da queixa de trabalhadoras, ele resolveu atacar o VERBO.
Em áudios obtidos pela reportagem, cabos eleitorais reclamam de não terem recebido o pagamento e criticam Jones. “Amanhã ele vem com cara dele sem caráter nenhum e dá o dinheiro na mão. E ainda vai querer vir ‘cantando de galo’, humilhando os outros, porque só isso que ele sabe fazer. Agora, pagar certinho, direitinho, não né?”, reclama uma mulher. “Cadê o resto do pagamento, Jones? Agora, chamar ‘nós’ de sem caráter você sabe, né?”, fala outra contratada.
A mulher fica impaciente por não receber. “Não vou esperar nada, eu quero o meu dinheiro hoje [dia 9]! […] E outra, não vem pedir com educação, porque a gente sabe que você não é assim, você já humilhou a gente uma vez e para humilhar de novo… Só que agora você não pode, quem está devendo para gente é você”, protesta. A colega cogita advogado e exige receber já. “Para ficar humilhando a gente lá foi bom, agora tá todo mundo com o cu trancado.”
No próprio grupo de rede social, Jones tenta apaziguar ao dizer compreender “a frustração de vocês por esse um dia e meio de atraso no pagamento”, mas não fala nada sobre acusações de destrato. Nos áudios, as mulheres também não poupam a mãe dele. “A Maria gostava de ficar humilhando a gente também, falava um monte para a gente: [imita a voz da mulher] ‘Meu filho colocou eu aqui para ‘mim’ olhar, porque vocês ‘faz’ fofoca’”, diz uma delas. Jones também cala.
Após publicação de reportagem do VERBO sobre o não pagamento, Jones fez postagem em que nega ter destratado alguém. “Quem me conhece sabe que amo gente e é por eles que faço tudo que faço. Sei das minhas origens e quem já trabalhou de gari e é filho de um pedreiro e uma cozinheira nunca terá condições de humilhar ninguém nesta vida”, diz. Ele volta a atacar o VERBO com acusação leviana de que a reportagem é “fake news” e o site é um “jornal petista”.
Jones coloca “prints” de supostas falas de pessoas que teriam trabalhado na campanha favoráveis a ele. Ao contrário de ter dito a uma delas que “sou tão educado”, Jones mandou à reportagem uma mensagem de voz agressiva e de teor machista. “Adilson, se você é jornalista que tem saco roxo mesmo, vai lá e desmente o que falou, publica a verdade que o pessoal está falando”, atacou. Apesar da apelação de Jones, nos áudios as acusações contra ele são explícitas.
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