ADILSON OLIVEIRA
Especial para o VERBO ONLINE, em Taboão da Serra
A vereadora Rita da Saúde (PSDB) disse na sessão no dia 25 que os cinco vereadores governistas que viraram oposição ao governo Fernando Fernandes (PSDB) antes passavam o mandato “elogiando nosso prefeito, nossa educação, nossa saúde” e diziam que “tudo funcionava, tudo era maravilhoso”, mas agora ao criticarem a gestão são incoerentes. Ela sugeriu que os apoiadores do grupo são “massa de manobra” ao dizer que não entrem em “briga” que “não é de vocês”.
Em sessão tensa, sob gritos e acusações de ex-livre-nomeados demitidos da prefeitura ligados ao vereador Eduardo Nóbrega (PSDB), um dos dissidentes, e também de correligionários do ex-vereador Aprígio (Podemos), desafeto de Fernando, Rita disse que sempre teve lado. “Já me falaram ‘você não tem posicionamento’. Engano de vocês, eu sempre tive posicionamento. Eu sou Fernando Fernandes sempre, nunca neguei isso para ninguém”, afirmou a vereadora.
Rita passou a dizer que os novos opositores são incoerentes e repetiu fala do prefeito de que os serviços de Taboão funcionam tanto que moradores de outras cidades procuram atendimento no município. “Podem falar o que quiserem, até porque antes era bom. É fácil entender, antes era tão bom, né? Tudo funcionava, tudo era maravilhoso, saúde era boa, segurança era boa. Vocês bem sabem, a nossa saúde, a nossa educação tem bastante crianças de fora”, disse.
Rita disse que basta “fazer uma varredura ou uma peneira” que vai constatar que muitas das pessoas atendidas não são de Taboão. “Por quê? É a qualidade boa da educação e da saúde! Agora [o grupo dos ex-vereadores governistas] está dizendo que está ruim, mas agora, eu já ouvi muitos vereadores aqui em tribuna, elogiando nosso prefeito, nossa educação e nossa saúde. Então, a gente tem que ter coerência”, disse, entre interrupções da “claque” dos dissidentes.
Rita aconselhou os apoiadores dos dissidentes não serem tão ciosos na defesa dos cinco e atacarem os vereadores do grupo ao qual pertenciam antes. Além de Nóbrega, os vereadores Carlinhos do Leme, André Egydio, Érica Franquini, todos do PSDB, e Alex Bodinho (PPS) romperam com Fernando ao não terem apoio do prefeito à candidata a deputada federal Ely Santos (PRB), em dobrada com a deputada estadual e candidata à reeleição Analice Fernandes (PSDB).
“Essa briga não é de vocês, não abracem isso”, disse Rita. Ela disse ainda que ter atrito por causa de eleição não compensa. “Isso é uma coisa passageira. Isso aí é chato, hein? ‘Puxa, que chato! Passou, acabou. Não vamos magoar ninguém. [Mas] Já deixou feridas, deixou mágoas profundas. Depois, a volta é triste, é ruim, hein?”, disse. Rita fez fala de confronto ao anunciar que é a nova líder do prefeito na Câmara, no lugar de Nóbrega. “Eu me sinto honrada”, disse.
OUTRO LADO
Mentor do novo grupo de oposição a Fernando, Nóbrega negou, em entrevista ao VERBO, ser incoerente. Ele disse que, como então líder do prefeito, tinha como papel defender a gestão, mas também apontou problemas, e que agora ao criar com os quatro dissidentes o bloco “independente” “eu comecei a receber diversas denúncias contra o governo”. Questionado se as denúncias apareceram só depois da criação do bloco, ele disse que é “fácil entender o porquê”.
“Quem denuncia procura vereador de oposição. Quem ia procurar a mim que era líder e defensor ferrenho do governo para apresentar uma denúncia?”, disse. A reportagem disse que antes denúncias vieram a público e que Nóbrega como vereador devia fiscalizar o Executivo, mas nada fez. “Fiz. Defendi o governo”, disse. Ele foi indagado se a nova postura não é oportunismo. “É posicionamento político, né? Eu tinha o papel de apresentar a versão do governo”, justificou.
“Aquilo que entendia que era bom vou continuar dizendo que é bom. Na saúde, já criticava antes e vou continuar criticando”, disse. Indagado que nunca criticou como agora, discordou. “Tanto critiquei que uma vez fiz um jornal, um dos motivos que fez o Fernando começar a se afastar de mim. Eu tenho muita coerência, não sou bobo, não vou dar discurso para ele de que ‘antes era bom, agora é ruim’, o que era bom é bom, o que era ruim continua ruim”, alegou.
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