ADILSON OLIVEIRA
Especial para o VERBO ONLINE, em Taboão da Serra
O prefeito Fernando Fernandes (PSDB) reagiu no último dia 7 ao discurso do prefeito vizinho afastado Ney Santos (PRB) de que Taboão da Serra precisa de uma representante na Câmara Federal, ao se referir à própria irmã, a candidata Ely Santos (PRB), para a saúde do município melhorar. Em tom de indignação, Fernando afirmou que a cidade que está mal administrada é Embu das Artes e, se Taboão precisa de Ely, a saúde de Embu precisa de um presidente da República.
O episódio é mais um capítulo da “guerra” entre os antes aliados Fernando e Ney. Em 16 de agosto, Fernando brigou com o vereador Alex Bodinho (PPS) ao não aceitar ter Ely em dobrada com a deputada e candidata à reeleição Analice Fernandes (PSDB). No dia 25, Ney disse que fará os próximos presidente da Câmara e prefeito de Taboão. No dia 29, os vereadores do PSDB Eduardo Nóbrega, Carlinhos do Leme, André Egydio e Érica Franquini romperam com Fernando.
Fernando respondeu aos novos opositores ao ser indagado sobre Ney ter feito durante campanha para a irmã em Taboão duras críticas à saúde e dizer que a cidade precisa de uma representante para melhorar a área. Antes do fim da pergunta, Fernando deu uma gargalhada de ironia. “Se Taboão precisa de uma representante como Ely Santos para melhorar a sua saúde, Embu precisa de um presidente da República para melhorar a saúde da cidade”, disparou.
“Vá ao Pronto-Socorro Infantil no Santo Onofre [divisa com Embu] agora e veja se 50% do atendimento lá não é às crianças de Embu. Vá no Antena e veja quantas pessoas de Embu são atendidas aqui, vá até a UPA”, disse Fernando. Ele falou que “não é mais só na saúde” que a população da cidade vizinha procura Taboão. “Na educação também, crianças de Embu estão pegando endereços da nossa cidade para se matricularem nas escolas do Pirajuçara”, retrucou.
De forma veemente, ao falar ainda a jornalistas, Fernando contra-atacou. “Fala para o Ney Santos ir cuidar da cidade dele! Que está muito mal cuidada! Vá cuidar da cidade dele!”, afirmou, ao repetir críticas à gestão de Embu. Um dia depois de os quatro vereadores do PSDB e Bodinho romperem com o governo e de inicialmente o vice-prefeito Láercio Lopes (PSDB) aderir ao grupo, Fernando viu uma articulação para ser tirado do cargo e Laércio assumir. O vice recuou.
Ao acusar Ney de ser o arquiteto do que chamou de “golpe”, Fernando deu uma estocada no adversário sobre a administração da cidade vizinha. “Vamos ver isso na Câmara com tentativas de CPI, acusações. É o desenho político. […] [Mas] Não vamos permitir e não vamos ser vítima de um golpe político na nossa cidade. Principalmente um golpe político arquitetado por Ney Santos. Que deveria estar cuidando da cidade dele, que está um caos!”, rebateu o prefeito.
No dia 1º passado, em inauguração de centro esportivo, apoiado por secretários e servidores comissionados presentes em peso, Fernando, irônico, voltou à carga, ao elogiar os profissionais da saúde de Taboão e se dirigir ao repórter do VERBO. “Tem problemas, mas é a melhor saúde da região, os vizinhos, principalmente o Embu, vêm ser atendidos em Taboão! Viu, Adilson? Não é para você que falo isso. É para você contar para alguém”, discursou, em recado a Ney.
Ao final, Fernando reforçou as críticas à gestão em Embu e, mesmo com o recuo de Laércio, lembrou o “aviso” de Ney. “Não descarto o golpe. Quando um mandatário de outro município – que, aliás, está muito mal, acompanho o VERBO e ouço também de munícipes – vem aqui dizer que vai fazer o futuro presidente da Câmara e prefeito da cidade, isso é golpe!”, disse. O VERBO transmitiu as críticas a Ney. Ele não respondeu. Depois, fez um vídeo rechaçando os Fernandes.
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